Da Agência Lusa
Paris – O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, reafirmou
hoje (22) ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, a
exigência de explicações sobre o programa de espionagem mundial dos
serviços secretos dos Estados Unidos.
Durante reunião com Kerry, o chanceler francês renovou "a exigência
de explicações sobre as práticas de espionagem inaceitáveis entre
parceiros e que devem parar", indicou o porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores francês, Romain Nadal, em comunicado.
O encontro estava previsto desde antes da publicação de notícias
sobre o caso de espionagem e aconteceu na manhã de hoje, pouco antes de
Kerry e Fabius partirem para Londres, onde ocorre uma reunião entre 11
países Amigos da Síria com representantes da oposição síria, para
preparar a conferência internacional sobre a transição política naquele
país.
Na segunda-feira à noite, Kerry indicou que os Estados Unidos iam
dialogar com a França – um "velho aliado", sobre o programa de
espionagem mundial da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em
inglês) norte-americana. Depois que o jornal francês Le Monde divulgou
que dezenas de milhões de dados telefônicos de cidadãos franceses foram
interceptados pela NSA, houve protestos pelas ruas de Paris.
Questionada sobre a possibilidade de sanções francesas, a porta-voz
do governo francês, Najat Vallaud-Belkacem, considerou ser necessário
desenvolver um trabalho "a nível europeu para que o continente tenha
meios de proteger os dados de seus cidadãos".
Na segunda-feira (21), o Le Monde noticiou que, em apenas
30 dias, entre dezembro de 2012 e o início deste ano, foram
interceptados 70,3 milhões de ligações originadas a partir da França. O
jornal indicou que os principais alvos da NSA na França não se limitaram
a suspeitos de atividades terroristas, e incluíam também empresários,
políticos e funcionários públicos.
Agência Brasil
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