dom, 27/10/2013
A última pesquisa Ibope traz algumas informações que devem ser relativizadas e outras relevantes.
No primeiro grupo, os índices de
aprovação dos novos candidatos em comparação com os que participaram de
eleições presidenciais. Políticos como José Serra, Dilma Rousseff e
Marina Silva são mais conhecidos do que Aécio Neves e Eduardo Campos.
Mesmo assim, chamam a atenção as seguintes conclusões:
1. Na pesquisa espontânea (na qual os
pesquisados indicam seu candidato espontaneamente), Dilma recebeu 21%
das indicações, Aécio 5%, acima dos 4% de Serra, dos 2% de Campos e
abaixo dos 6% de Marina.
2. Entre eleitores com ensino
superior, Dilma cai para 15%, Marina sobe para 11%, Aécio vai para 7%,
acima dos 5% de Serra e dos 3% de Campos.
3. É curioso avaliar o desempenho de
Serra no extrato superior e no extrato inferior de renda. No superior,
fica com 4%, atrás dos 17% de Dilma, 10% de Marina e Aécio. No extrato
inferior, cai para 2%, contra 33% de Dilma, 3% de Campos, 3% de Marina a
0% de Aécio.
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No caso da pesquisa dirigida (aquela em
que o entrevistado recebe uma cartela com nomes de candidatos), Dilma
Rousseff reina absoluta em qualquer cenário. Tem 41% de preferência em
um cenário com Marina (22%), Aécio (14%) e Campos (10%). E com
expressivos 22% de brancos e nulos.
Sem Marina, Dilma mantém os 41% contra
14% de Aécio e 10% de Campos. E os mesmos 22% de brancos e nulos.
Entrando Marina no lugar de Campos, Dilma cai levemente para 39%, Marina
vai para 21% e Aécio para 13%.
Dilma mantém 40% em um confronto com Serra (18%) e Campos (10%).
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Mas o ponto central de análise é a taxa de rejeição. É ela que determina o teto de cada candidato.
Três candidatos ficam na faixa de 40% de
rejeição – Aécio com 40%, Dilma com 38% e Campos com 39%. Serra salta
para expressivos 47% e Marina cai para cômodos 31%.
À medida que os candidatos se tornem mais conhecidos e a batalha, mais acirrada, haverá aumento da taxa de rejeição dos demais.
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Nas eleições, os candidatos não
constroem a imagem de forma homogênea. Nas classes de menor renda,
sobressaem as impressões sobre cada candidato, sua capacidade de se
mostrar mais ou menos solidário com os mais pobres.
Fica evidente nas pesquisas a
dificuldade do PSDB em desenvolver um discurso minimamente atraente para
essas faixas. Mas é curioso que o discurso ecológico de Marina –
visando os leitores de média e alta renda – é mais forte do que sua
origem humilde – que poderia provocar alguma identificação nos eleitores
de menor renda. Decididamente, até agora eles não parecem se
identificar com ela.
***
Há uma faixa de formação de imagem que
passa pelo discurso político, pela visão programática. Nesse campo,
Dilma se alicerça no discurso social do PT e do lulismo. E Marina herdou
o contraponto do discurso neoliberal – que está migrando rapidamente do
PSDB para ela.
Aécio e Campos são candidatos ainda à procura do discurso.
Aécio teria algumas boas experiências
mineiras para mostrar. Mas parece preso a um invencível sentimento de
inferioridade em relação ao núcleo paulista do PSDB – que oscila entre o
discurso vazio de FHC e o fundamentalismo de Serra.
Blog do Luis Nassif
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