quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Dirceu: “polarização PT-PSDB é lorota”

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Segundo ex-ministro, o que existe atualmente são projetos antagônicos: um das elites, representado pelo PSDB, e um de caráter popular, liderado pelo PT; José Dirceu afirma que Marina e Campos, que têm se colocado como aqueles que podem colocar fim a esta suposta polarização entre petistas e tucanos no país, são “dois ex-aliados e responsáveis pelo projeto que levou o presidente Lula ao governo”, que agora estariam se aliando ao “projeto derrotado” de FHC
17 de Outubro de 2013 

247 – O ex-ministro José Dirceu publicou em seu blog nesta quinta-feira (17) um artigo em que contesta o principal argumento da união entre a ex-senadora Marina Silva e o governador Eduardo Campos, que se uniram, para, no discurso de ambos, colocar fim à polarização entre PT e PSDB no país.

“Ora, essa polarização não existiu em 1989 e nem nas eleições de 2002 e 2010. Só existiu na de 2006, quando no 1º turno Geraldo Alckmin (PSDB) obteve 41,6% e Lula (PT), 48,6%.  Em 2002, José Serra (PSDB) teve 23%; Anthony Garotinho (então no PSB) teve quase 18%, e Ciro Gomes (então PPS) chegou a 12%. Em 2010, Serra teve 32,6%  na 1ª etapa e Marina, 19%. 

Essa conversa sobre a polarização, portanto, serve para esconder que, desde 1994, o que existe é a disputa entre dois projetos políticos para o país: um de centro esquerda liderado pelo PT, e o outro de centro direita sob a batuta do PSDB”, afirma.

Dirceu cita Marina e Campos como “dois ex-aliados e responsáveis pelo projeto que levou o presidente Lula ao governo e o país a extraordinárias conquistas econômicas e sociais”, que agora estariam se aliando ao “projeto derrotado que vigorou lá nos anos 90, comandado pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso”.

Confira o artigo na íntegra:

A lorota da polarização PT x PSDB

Muito papel e muita conversa da mídia oposicionista sobre as eleições de 2014. A primeira é sobre o fim da polarização PT x PSDB, que estaria ocorrendo agora por causa da candidatura Eduardo Campos-Marina Silva. Ora, essa polarização não existiu em 1989 e nem nas eleições de 2002 e 2010.

Só existiu na de 2006, quando no 1º turno Geraldo Alckmin (PSDB) obteve 41,6% e Lula (PT), 48,6%.  Em 2002, José Serra (PSDB) teve 23%; Anthony Garotinho (então no PSB) teve quase 18%, e Ciro Gomes (então PPS) chegou a 12%. Em 2010, Serra teve 32,6%  na 1ª etapa e Marina, 19%.

Essa conversa sobre a polarização, portanto, serve para esconder que, desde 1994, o que existe é a disputa entre dois projetos políticos para o país: um de centro esquerda liderado pelo PT, e o outro de centro direita sob a batuta do PSDB.

São projetos distintos sobre o papel do Estado, dos bancos e empresas públicas, sobre como crescer e a quem beneficiar, sobre a distribuição de renda, a educação e a saúde pública, a política industrial e a externa, a defesa comercial de nossa economia.

Aliados ao projeto derrotado

O fato relevante nesta eleição nacional de 2014 é que dois ex-aliados e responsáveis pelo projeto que levou o presidente Lula ao governo e o país a extraordinárias conquistas econômicas e sociais estão agora aliados ao projeto derrotado que vigorou lá nos anos 90, comandado pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, mas está derrotado desde 2002 pelos presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Basta ver hoje na mídia e nos últimos dias a concordância entre Aécio Neves (PSDB), Marina e Campos (PSB-Rede) sobre o tripé macroeconômico, bem na linha do capital financeiro. E também alinhados em todas as outras críticas ao governo Dilma, com Marina “costeando o alambrado”, como dizia o ex-governador Leonel Brizola, rumo a se alinhar com a direita.

Fora o fato de que algumas críticas não passam de falácias ou hipocrisia pura, como a do aparelhamento do Estado e acordos no Legislativo – Marina falou em “chantagem”. Como se em Minas, São Paulo e Pernambuco não fosse igual, os governos tucanos e de Campos não administrassem mediante coalizão com partidos às vezes antagônicos entre eles.

Não passam de falácias e hipocrisias, também, essas críticas sobre os atrasos de obras ou essas mentiras como a que o país deixou de ser prioridade para o Investimento Estrangeiro Direto (IED). Ora, neste ano, somos o 4º maior destino desses investimentos. Resta ver, agora, se Marina-Eduardo Campos vão continuar sua caminhada rumo ao projeto de centro-direita…



Brasil 247

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