terça-feira, 22 de outubro de 2013

TCU avisa: mandou Congresso cortar supersalários, mas não vai cortar os seus - José Dirceu

Que interessantes as explicações do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, ao anunciar que, em princípio, não tem “intenção” de cortar os supersalários que ele e mais três colegas ministros – dos sete que compõem o tribunal – recebem mensalmente!!! Eles recebem contracheques bem acima do teto constitucional de R$ 28 mil – a maioria deles recebe o dobro e até mais.

As explicações de Nardes vêm completas: ele adianta que também não pretende determinar a devolução dos valores excedentes, nem os dele, nem os dos colegas. Em agosto e setembro últimos, o plenário do TCU determinou à Câmara e ao Senado o corte dos supersalários que cerca de dois mil funcionários das duas Casas recebem. No caso do Senado, o TCU determinou, ainda, a devolução dos valores pagos a mais nos últimos cinco anos.

De acordo com reportagem publicada sábado pp. pelo jornal O Estado de S.Paulo, os ministros Augusto Nardes, José Múcio Monteiro, José Jorge e Valmir Campelo recebem mais do que permite a legislação. Ela determina que o salário de funcionário público seja equivalente, no máximo, aos vencimentos de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente de R$ 28 mil.

“Estamos tranquilos por seguir resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas se houver decisão judicial contrária, estamos dispostos a devolver”, prometeu Augusto Nardes. Apesar de a Constituição determinar que nenhum funcionário público receba salário maior do que o dos magistrados da Suprema Corte, o TCU entende que os contracheques de seus quatro ministros que excedem o teto são exceções à regra.

Augusto Nardes argumentou que os pagamentos se apoiam em resolução do CNJ, que regulamenta o teto salarial para a magistratura. Esta resolução do CNJ exclui do limite constitucional os benefícios recebidos através de planos de previdência instituídos por entidades fechadas, “ainda que extintas”.

E o TCU nem é um tribunal integrante do poder judiciário, apesar de seus sete ministros terem sido equiparados pela Constituição para efeitos salariais aos magistrados do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O TCU, por definição constitucional, é um órgão auxiliar do Legislativo. E assim, com explicações tão interessantes, temos em seu presidente, Augusto Nardes, mais um que posa de Catão, mas não aguenta um pente fino da Receita Federal ou do próprio TCU.



Blog do Zé Dirceu

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