20/10/2013
Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– Após caírem 20,7% em 2012, as exportações do Brasil para a Argentina
estão em alta este ano. No período de janeiro a setembro, as vendas
externas chegaram a US$ 14,9 bilhões, 10,7% superiores aos US$ 13,4
bilhões computados em igual período do ano passado, segundo a base de
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A
elevação é puxada principalmente por alguns combustíveis e pelo grupo
veículos automotores, reboques e carrocerias.
As vendas externas do coque (carvão de alto rendimento utilizado na
siderurgia), biocombustíveis e derivados do petróleo registraram
incremento de 117,1% entre 2012 e 2013, saltando de US$ 208,1 milhões
para US$ 451,7 milhões. No caso dos veículos, o incremento foi 27%,
saindo de US$ 5,7 bilhões para US$ 7,3 bilhões. Por outro lado, setores
como vestuário, farmacêuticos e alimentos registraram queda nas vendas
externas, respectivamente de 49,3%, 12,3% e 11,7%.
Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, ainda são significativas
as barreiras não tarifárias impostas pela Argentina aos produtos
brasileiros. “O principal entrave são os instrumentos que [os
argentinos] usam e que são subjetivos, quando a entrada do produto
depende de uma aprovação qualquer. São barreiras não tarifárias”, diz.
Na avaliação dele, a pauta comercial entre
os países é muito dependente do setor automotivo. “Tivemos crescimento
na balança, mas está concentrado nesse setor. Ele representa quase 50%
da balança comercial. O restante continua caindo”, ressalta. Para ele, a
situação pode ser prejudicial ao Brasil. “Isso [a grande participação
do setor automotivo] acontece porque o veículo brasileiro tem uma parte
feita na Argentina e vice-versa. Se pararem, para também a nossa
balança”, comenta.
De janeiro a setembro, os veículos foram destaque na balança
comercial brasileira. O país registrou aumento de 46,2% na exportação de
carros, ante o mesmo período do ano passado. O setor foi exceção ao
desempenho fraco dos produtos industrializados. Os principais
compradores foram Argentina, Chile e Peru. “O setor automotivo tem
dependência de componentes importados, pois a produção cresceu muito no
Brasil. Mas os carros estão mais inovadores e podem estar competitivos,
principalmente na América Latina. Pode também ser reflexo do dólar”,
opina Abijaodi.
Agência Brasil
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