Monitorados pelos Estados Unidos, de acordo com revelações dos documentos de Edward Snowden, líderes dos dois países, a presidente Dilma Rousseff e a chanceler Angela Merkel estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU que vai exigir o fim da espionagem excessiva e da invasão de privacidade; "Esta resolução provavelmente terá um enorme apoio na Assembleia-Geral, uma vez que ninguém gosta que a NSA os espione", declarou um diplomata ocidental da ONU à agência Reuters, sob condição de anonimato
26 de Outubro de 2013
NAÇÕES UNIDAS, 26 Out (Reuters) - Brasil e
Alemanha estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU
que vai exigir o fim da espionagem excessiva e da invasão de
privacidade, depois que um ex-prestador de serviços da agência de
inteligência dos Estados Unidas revelou grandes programas de vigilância
internacionais, disseram diplomatas da ONU na sexta-feira.
A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel,
condenaram a espionagem generalizada feita pela Agência de Segurança
Nacional (NSA) dos EUA.
Acusações de que a NSA acessou dezenas de milhares de registros
telefônicos franceses e monitorou o celular de Merkel têm causado
indignação na Europa. A Alemanha disse na sexta-feira que vai enviar
seus chefes de inteligência para Washington na próxima semana para
buscar explicações da Casa Branca.
Em resposta às divulgações sobre a espionagem dos EUA, muitos delas
vindas do ex-técnico da NSA Edward Snowden, as delegações de Brasil e
Alemanha na ONU começaram a trabalhar em um projeto de resolução para
ser submetido à Assembleia-Geral, de 193 países, afirmaram vários
diplomatas da ONU à Reuters.
"Esta resolução provavelmente terá um enorme apoio na AG
(Assembleia-Geral), uma vez que ninguém gosta que a NSA os espione",
declarou um diplomata ocidental da ONU, sob condição de anonimato.
Resoluções da Assembleia-Geral não são vinculantes, ao contrário de
resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da
Assembleia que conseguem um amplo apoio internacional podem ganhar peso
moral e político significativo.
Merkel pediu na quinta-feira que Washington faça um acordo de
"não-espionagem" com Berlim e Paris até o final do ano, acrescentando
que queria ação do presidente Barack Obama, não apenas pedidos de
desculpas.
No mês passado, Dilma usou sua posição como primeira líder mundial a
discursar na reunião anual da Assembleia-Geral para acusar os Estados
Unidos de violar os direitos humanos e o direito internacional através
de espionagem, que incluiria espionagem em seu e-mail.
Dilma também manifestou o seu desagrado ao adiar uma visita de Estado
aos Estados Unidos, agendada para este mês, após relatos de que a NSA
tinha espionado comunicações e empresas brasileiras.
(Por Louis Charbonneau, com reportagem adicional de Michelle Nichols)
Brasil 247
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