Mesmo passada a fase das condenações pelas
quais o Jornal Nacional nunca escondeu sua torcida, o telejornal de
maior audiência da Rede Globo resolveu intensificar ontem a
espetacularização do julgamento da Ação Penal 470 e imprimir-lhe juízo
de valor mais explícito.
Manteve e reforçou sua cobertura tendenciosa diária. Mas, como sempre se pautou em buscar que o julgamento se afastasse de uma avaliação técnica dos autos, aproximando-o de um linchamento político já de antemão anunciado, o jornalão da Globo chegou ao ápice em sua meta ontem.
Isenção e imparcialidade, que nunca foram o forte no noticiário da emissora sobre o caso, desapareceram de vez nesta edição do JN. A de ontem, na prática, foi um novo e verdadeiro julgamento paralelo.
JN de ontem, uma raridade nos 43 anos do telejornal
A pretexto de dar uma memória da tramitação e desfecho da Ação Penal 470 - o chamado mensalão - a Rede Globo deu vazão à euforia que sente pelas condenações e a todo o ódio que nutre pelas pessoas julgadas e pelas posições políticas que elas representam.
Bem ao estilo do Fantástico – com direito a trilha sonora, frames em preto e branco e ritmo mais veloz –, o telejornal dedicou 18 minutos ao assunto nesta edição da 3ª feira, a quase totalidade ao que no jargão jornalístico eles chamam de retrospectiva - uma memória e não fatos novos.
Como vocês bem sabem, uma reportagem de quase 20 minutos é uma raridade no JN. E, mesmo entre as raridades, nunca foi feita uma com matérias baseadas em memória. Vejam, conforme cronometrou a Folha de S. Paulo, apenas 3 minutos e 12 segundos de todo o material de ontem referiam-se a notícias quentes, do dia.
Globo fez seu próprio julgamento dos votos dos ministros
Nas reportagens, o JN ressaltou que o STF concluiu que “a quadrilha chefiada por José Dirceu corrompeu com dinheiro que pertencia ao povo brasileiro”. Frisou as “divergências” entre o relator e o revisor, as “tensões” no plenário, a “rotina” e o “vocabulário” da Suprema Corte.
Mesmo assim “o julgamento avançou em ritmo normal” e derrubou “teses dos advogados de defesa”. O JN exibiu declarações políticas dos ministros na reta final do julgamento e as relacionou diretamente a mim. O relator, ministro Joaquim Barbosa, apareceu atribuindo-me “posição central”.
Para o telejornal “algumas frases ajudaram a dar a dimensão histórica do momento”. Foram várias declarações dos ministros enfatizando a gravidade do suposto esquema. Segundo o JN, serão lições que vão “ecoar em toda a sociedade brasileira”.
Memória ou retrospectiva mais editorializada e parcial, impossível
Ou seja, a Globo fez um julgamento do julgamento. O JN de ontem constituiu-se em um verdadeiro julgamento paralelo e, mais grave, sem qualquer espaço novo ou direito de defesa para os réus ante as acusações, o partidarismo e o cunho ideológico conferidos ao noticiário.
Tudo dentro do calculado objetivo de influenciar, também, no resultado do 2º turno das eleições municipais de domingo próximo. Como a emissora já vinha fazendo há semanas, ao colocar o noticiário do julgamento sempre colado ao relativo à eleição e à propaganda eleitoral do PT.
Manteve e reforçou sua cobertura tendenciosa diária. Mas, como sempre se pautou em buscar que o julgamento se afastasse de uma avaliação técnica dos autos, aproximando-o de um linchamento político já de antemão anunciado, o jornalão da Globo chegou ao ápice em sua meta ontem.
Isenção e imparcialidade, que nunca foram o forte no noticiário da emissora sobre o caso, desapareceram de vez nesta edição do JN. A de ontem, na prática, foi um novo e verdadeiro julgamento paralelo.
JN de ontem, uma raridade nos 43 anos do telejornal
A pretexto de dar uma memória da tramitação e desfecho da Ação Penal 470 - o chamado mensalão - a Rede Globo deu vazão à euforia que sente pelas condenações e a todo o ódio que nutre pelas pessoas julgadas e pelas posições políticas que elas representam.
Bem ao estilo do Fantástico – com direito a trilha sonora, frames em preto e branco e ritmo mais veloz –, o telejornal dedicou 18 minutos ao assunto nesta edição da 3ª feira, a quase totalidade ao que no jargão jornalístico eles chamam de retrospectiva - uma memória e não fatos novos.
Como vocês bem sabem, uma reportagem de quase 20 minutos é uma raridade no JN. E, mesmo entre as raridades, nunca foi feita uma com matérias baseadas em memória. Vejam, conforme cronometrou a Folha de S. Paulo, apenas 3 minutos e 12 segundos de todo o material de ontem referiam-se a notícias quentes, do dia.
Globo fez seu próprio julgamento dos votos dos ministros
Nas reportagens, o JN ressaltou que o STF concluiu que “a quadrilha chefiada por José Dirceu corrompeu com dinheiro que pertencia ao povo brasileiro”. Frisou as “divergências” entre o relator e o revisor, as “tensões” no plenário, a “rotina” e o “vocabulário” da Suprema Corte.
Mesmo assim “o julgamento avançou em ritmo normal” e derrubou “teses dos advogados de defesa”. O JN exibiu declarações políticas dos ministros na reta final do julgamento e as relacionou diretamente a mim. O relator, ministro Joaquim Barbosa, apareceu atribuindo-me “posição central”.
Para o telejornal “algumas frases ajudaram a dar a dimensão histórica do momento”. Foram várias declarações dos ministros enfatizando a gravidade do suposto esquema. Segundo o JN, serão lições que vão “ecoar em toda a sociedade brasileira”.
Memória ou retrospectiva mais editorializada e parcial, impossível
Ou seja, a Globo fez um julgamento do julgamento. O JN de ontem constituiu-se em um verdadeiro julgamento paralelo e, mais grave, sem qualquer espaço novo ou direito de defesa para os réus ante as acusações, o partidarismo e o cunho ideológico conferidos ao noticiário.
Tudo dentro do calculado objetivo de influenciar, também, no resultado do 2º turno das eleições municipais de domingo próximo. Como a emissora já vinha fazendo há semanas, ao colocar o noticiário do julgamento sempre colado ao relativo à eleição e à propaganda eleitoral do PT.
Blog do Zé Dirceu
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