Um boletim da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul divulgado na
tarde deste sábado (2) informa que 73 vítimas do incêndio na boate Kiss,
em Santa Maria, permanecem internadas em UTIs (Unidade de Terapia
Intensiva) pelo Estado.
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Ao todo, 114 sobreviventes da tragédia permanecem em hospitais de cinco
cidades gaúchas, sendo que 41 respiram com a ajuda de aparelhos. Ao
todo, 236 pessoas morreram.
Nos últimos dias, já houve redução na quantidade de internados em UTIs,
incluindo casos de pacientes que saíram da terapia intensiva e já
puderam voltar para casa. Na última quinta-feira, havia 87 sobreviventes
nesse tipo de unidade.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um dos principais do Estado, é o
que mais recebeu pacientes transferidos de Santa Maria: ainda são 15
pessoas, sendo 14 na UTI.
O acolhimento de vítimas da tragédia levou a direção a reorganizar
atendimentos. Na emergência, foi fixado um aviso informando que, devido
ao tratamento dessas vítimas, apenas casos com risco de morte estão
sendo atendidos.
O hospital também reprogramou cirurgias eletivas (que não são urgentes) e
profissionais foram remanejados para atender às famílias.
O anfiteatro foi transformado em uma base para parentes e amigos das vítimas internadas.
Só na manhã deste sábado (2), cerca de 120 pessoas ligadas aos
internados compareceram ao hospital. Para quem está internado na UTI,
são permitidas apenas duas visitas por dia, em quantidade limitada de
quatro pessoas por vez.
O suporte de assistentes sociais e psicólogos está sendo oferecido às famílias.
Dez parentes da estudante Kelen Ferreira, 19, viajaram para a capital
gaúcha e acompanham desde domingo passado a situação da saúde dela no
hospital. Eles estão hospedados nas casas de amigos e familiares.
Kelen, da cidade de Alegrete, estuda terapia ocupacional na Universidade
Federal de Santa Maria e morava com tios. A jovem sofreu queimaduras
nos braços e permanece internada em estado grave.
A tia dela Divaine Ferreira diz que existe previsão de permanência de 20
dias na UTI. "Ela estava lúcida depois do que tinha acontecido.
Conversamos uma hora e meia com ela. Até então não sabíamos da fumaça
tóxica, a gente acha que estava tudo bem", lembra.
Folha de São Paulo
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