domingo, 13 de outubro de 2013

Requião ao 247: “Leilão de Libra é uma loucura”

Edição247: Moreira Mariz-Agência Senado / Imprensa-Agência Petrobras:
Senador pelo PMDB do Paraná vai entrar essa semana com ação na Justiça contra a licitação do Campo de Libra, a primeira na área do pré-sal; "País nenhum entrega uma exploração conhecida de petróleo. Os Estados Unidos não fazem isso com seu petróleo", protesta o parlamentar, em entrevista ao 247; leilão está agendado para o próximo dia 21, no Rio de Janeiro; para Roberto Requião, a administração dessa riqueza está "completamente errada" e toda a história "nacionalista" da Petrobras "está sendo alterada"
13 de Outubro de 2013 

Gisele Federicce _247 – Passar o controle do Campo de Libra, na Bacia de Santos (SP), do Estado para empresas privadas "é uma loucura", ataca o senador Roberto Requião (PMDB-PR), em entrevista concedida ao 247 neste domingo 13. O parlamentar se refere ao leilão da primeira área do pré-sal, agendado para o próximo dia 21, no Rio de Janeiro, contra o qual pretende entrar com uma ação na Justiça ainda nesta semana. "O objetivo [da ação] é mostrar que esse leilão é uma loucura, não tem sentido algum", argumenta.

O senador informou que a ação "já está redigida" e que deve ser apresentada até quarta-feira. Em setembro, Requião chegou a sugerir um decreto para suspender a licitação. O documento foi assinado pelos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), além de Requião, e lido na tribuna do Senado. Na ocasião, o peemedebista lembrou que o ex-presidente Lula declarou, durante seu governo, que o pré-sal era "patrimônio da nação, e não para ser entregue a meia dúzia de empresas".

Na avaliação do senador paranaense, o Brasil tem condições de explorar todo o pré-sal "sem açodamento", uma vez que o nosso petróleo permite autossuficiência ao País pelos próximos 50 anos. Contra o leilão, o parlamentar argumenta que "ainda não sabemos qual é a quantidade" exata de petróleo existente na bacia e que seu controle deve ficar com a Petrobras, detentora da tecnologia. "A Petrobras pode explorar diretamente isso", afirmou.

Ainda em defesa da estatal, Requião acredita que a empresa "está sendo liquidada" ao explorar o pré-sal e não ser recompensada por isso. Para o senador, a administração dessa riqueza está "completamente errada" e toda a história "nacionalista" da Petrobras "está sendo alterada" com a entrega do pré-sal a empresas privadas.

Na conversa que teve por telefone com o 247, Roberto Requião lembrou de um discurso da campanha da presidente Dilma Rousseff, em 2010, em que a petista afirma que "é crime" tentar privatizar a Petrobras e ou o pré-sal. O senador reproduziu neste domingo, em sua conta no Twitter, o vídeo em que Dilma declara: "Isso seria um crime contra o Brasil porque o pré-sal é nosso grande passaporte para o futuro".

Questionado sobre a que se deveria a contradição da chefe do Executivo, Requião diz não saber. "Vamos fazer agora o que a Dilma falou que ia fazer. Somos a favor do País", diz, acrescentando que todo o discurso do PT contra a privatização vem mudando. "Você vê a privatização dos portos. É uma concessão aqui, uma ali, e vai acontecendo tudo isso", continua o senador.

Requião compara o controle que outros países têm de seu petróleo com o leilão agendado pelo governo brasileiro. "País nenhum que seja soberano, independente, entrega uma exploração conhecida de petróleo. Os Estados Unidos não fazem isso com seu petróleo", disse. No discurso que fez na tribuna do Senado em setembro, Requião afirmou que "a ANP tomou o campo da Petrobras e o está leiloando. É algo inédito no planeta".

Nesta semana, o ex-diretor da Petrobras Ildo Sauer, atual diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, somou-se ao discurso de Requião ao dizer que a licitação do Campo de Libra é "ato contra o interesse nacional". Para ele, o melhor regime para países que têm grandes recursos de petróleo é contratar uma empresa 100% estatal, como ocorre, por exemplo, com a Petróleos da Venezuela (PDVSA). Ele acredita que existem outras formas, que não o leilão, que permitem o controle do Estado nacional sobre o ritmo de produção (leia aqui).



Brasil 247

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