Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso trouxeram seriedade ao Supremo
Tribunal Federal (STF), somando-se ao isolado Ricardo Lewandowski. É o
que explica a mudança de atitude de Celso de Mello.
Do tribuno irresponsável, falando para a mídia - ao comparar partidos
políticos ao PCC -, recobrou a dignidade na oração a Joaquim Barbosa e,
ontem, na admissão dos embargos infringentes. Mesmo com o pedido de
desculpas no final.
É um camaleão que se amolda ao ambiente. Não possui a malandragem de
Luiz Fux, a hipocrisia de Marco Aurélio de Mello - que escolhe o momento
de jogar ou não para a turba -, nem a arrogância de Gilmar Mendes ou
Joaquim Barbosa. Mas também não recorre ao retraimento complexado das
Ministras e de Dias Toffolli, posto que tem conteúdo e opinião.
Mas está léguas de distância da personalidade dura e seca de Teori,
da personalidade firme e sem demagogia de Lewandowski ou a personalidade
de rapapés, mas sem abdicar dos princípios, como Barroso.
Em economia, é o que se poderia considerar de pro-cíclico. Quando o
ambiente tende para o deboche, debocha - sem perder a solenidade. Quando
tende para o ritual, arruma a toga e torna-se novamente sério.
Há uma nova competição instalada no STF, uma nova estatura. Mas ainda
tendo como contrapeso o inacreditável Luis Fux, novo relator da AP 470.
Não irá mudar em um centímetro a severidade incontrolável do decano. É provável que pague o óbulo tornando-se mais severo ainda.
Mas, pelo menos, a nova postura mostrará o respeito mínimo que a mais alta corte exige.
Blog do Luis Nassif
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