Presidente mostra serviço na reclamada área de
infraestrutura; com a inauguração do maior terminal intermodal da
América Latina, em Rondonópolis, e a abertura de um longo trecho de 260
quilômetros de ferrovia, Ferronorte é completada em sua administração;
fotógrafo oficial da Presidência da República, Ricardo Stuckert Filho
produziu um instantâneo político permanente: em locomotiva cor-de-rosa,
dentro de seus trilhos ideológicos, exultante e um tanto cansada, Dilma
incorpora Brasil grande; isso lembra alguma coisa?
247 – A família Stuckert faz história na
documentação fotográfica da Presidência da República há duas decádas.
Nesta quinta-feira 19, em Rondonópolis, Mato Grosso, Ricardo Stuckert
Filho ampliou a galeria de fotos emblemáticas e inesquecíveis de um
presidente criada pelo clã.
Sem fazer realismo socialista, mas retratando com o que no governo
vai sendo chamado de 'soft power'; mostrando uma presidente com um tanto
de cansaço no conjunto, mas genuinamente feliz pelo que estava fazendo;
e, sobretudo, pela leitura política que permite fazer a partir de seu
click, o fotógrafo titular da presidente resumiu o estilo Dilma
Rousseff.
A presidente não fez nada menos, na manhã de hoje, que concluir a
épica Ferronorte, com um longo trecho de 260 quilômetros de ferrovia e a
inauguração oficial do Complexo Intermodal de Rondonópolis (CIR), por
sua vez o maior da América Latina, já em operação.
Se a foto de Stuckert pode representar o ufanismo, não é para menos.
Pela grandiosidade que poderia ser explorada da cena, o que foi feito
com sabedoria, e a informação jornalística em si, da qual não se afasta,
como haveria de ser diferente?
Se há momentos em que, visivelmente, o Brasil anda para trás, também
há aqueles em que, espera-se que todos reconheçam, avança. Não é todo o
dia que se conclui, verdadeiramente, uma obra de infra, e é mesmo um
traço pequeno no secular mapa de descaso das autoridades com o modelo
ferroviário, mas é algo que se fez.
Já em operação, o intermodal estará trabalhando com sua capacidade
plena nos próximos, dias escoando produção agrícola e minério de ferro.
Commodities, alguns dão de ombros. Mas os mesmo commodities que
trouxeram o País até aqui. Vindos do setor que segura, neste momento, o
PIB.
Política e eleitoralmente, que é muito o que conta cada vez mais, a
presidente não poderia deixar de faturar. A imagem dela na locomotiva é
daquelas que aumenta a popularidade de qualquer um. Qual é a criança que
não gosta de um trem e não sabe o que ele representa? O símbolo
histórico do progresso? Antes que se despejem as críticas, qual
presidente poderia perder essa?
E não foi Dilma que inventou a reeleição.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:
Dilma rebate críticas a consórcio vencedor de leilão da BR-050
19/09/2013
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19) que se
surpreendeu com notícias veiculadas na imprensa classificando de
“aventureiro” o consórcio, composto por dez empresas, que venceu o
leilão de concessão da BR-050, rodovia que liga Goiás e Minas Gerais. O
consórcio propôs a menor tarifa, de R$ 0,04534 por quilômetro,
representando deságio de 42,38%. Dilma falou sobre o assunto após
inaugurar um trecho da ferrovia Ferronorte e o Complexo Intermodal
Rondonópolis, o maior da América Latina, neste município mato-grossense.
“Hoje eu estava lendo de manhã o jornal e vi uma observação que me
surpreendeu: que a empresa era aventureira, que ganhou porque era
aventureira, dando um deságio de 42%. Você sabe quanto foi o deságio da
segunda? Foi 38%, se não me engano, ou 37%. Mas não interessa, vamos
supor que seja 36%. Da terceira [empresa] e da quarta. também. Mais de
36% da terceira e da quarta também. Então, você tem hoje um deságio das
quatro empresas bastante significativo”, reagiu Dilma.
A presidenta também defendeu a integração entre governo, iniciativa
privada e órgãos de fiscalização para viabilizar as obras das concessões
e evitar pedidos incompatíveis. “É impossível querer três coisas
simultâneas, quando elas são contraditórias. Eu não posso querer uma
taxa de retorno muito valorizada e uma tarifa muito baixa. Há estados
que se recusam a pagar tarifa de pedágio. É impossível fazer concessão
sem tarifa de pedágio”, disse Dilma, lembrando que o objetivo das
concessões é viabilizar obras de duplicação e melhoria das rodovias.
Em discurso na inauguração de trecho da ferrovia Ferronorte e do
Complexo Intermodal Rondonópolis, a presidenta destacou a "imensa
fragilidade” do país em infraestrutura logística. Segundo ela, o Brasil
está correndo para corrigir o atraso, fundamentalmente na área de
ferrovias, definida por grandes potências continentais, há mais de um
século, como forma de internalizar seu desenvolvimento e aumentar a
competitividade. “O Brasil é um país continental, exportador de
alimentos, com grande agronegócio e poderio mineral, imensa capacidade
de intercomunicação com mercados diversficados, que precisam de ligação
interna, e sem estrutura ferroviária.”
Dilma ressaltou as vantagens do transporte ferroviário para
escoamento da produção do país, como menores custos, mais agilidade e
capacidade de otimizar a ligação com rodovias, hidrovias e portos. De
acordo com a presidenta, o complexo intermodal inaugurado em
Rondonópolois é um avanço a mais nesse sentido. “Um complexo intermodal,
o maior da América Latina, é um local que atrai outras empresas, onde
se criam emprego e renda, e tem condição de transformar empresas e
negócios em todo seu entorno”.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário