A análise feita ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio, Fernando Pimentel, sobre o comércio com a Argentina levanta
alguns questionamentos pertinentes sobre a relação que mantemos com os
nossos vizinhos.
Em audiência pública na Câmara, Pimentel disse que a Argentina
aumentou o protecionismo, prejudicando as exportações brasileiras para
lá. “Estamos vivendo uma situação sazonalmente um pouco apertada com
nossos irmãos argentinos. Houve um recrudescimento das medidas
protecionistas ali”, afirmou.
Ele lembra que isso sempre acontece no fim de ano, quando a Argentina
busca produzir um saldo comercial mais favorável. O Brasil é o
principal parceiro comercial dos argentinos. Como nós temos superávit
(exportamos para eles mais do que importamos), acabamos sendo os mais
afetados pelo protecionismo de lá.
A Argentina vem adotando uma série de medidas para estimular a
exportação e conte a inflação. Isso vai levar ao saldo positivo da
balança comercial argentina neste ano. Mas, com o Brasil, continuará
tendo déficit, o que estimula as medidas protecionistas. “Vamos então ao
governo argentino e abrimos as negociações”, disse o ministro.
Cabe perguntar agora se já não é hora de reavaliarmos a nossa relação
com a Argentina e a prioridade que damos a ela. Com três países
vizinhos – Venezuela, Colômbia e Peru – crescendo a cada ano, com 100
milhões de habitantes e um PIB maior que o do México, será que não
estamos com prioridades erradas?
Esses três países representam um mercado e tanto para a exportação,
não só de manufaturas e alimentos, mas também de serviços, capitais e
tecnologia.
Blog do Zé Dirceu
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