Revista inglesa aposta no desastre brasileiro no
exato momento em que economia do País está voltando a crescer; capa que
irá circular esta semana mostra Cristo Redentor em looping desastrado –
"O Brasil estragou tudo?"; fatos econômicos, porém, mostram convergência
de indicadores para cima, como PIB maior, menos inflação e regime de
pleno emprego; The Economist, na verdade, mostra que tem duas caras; em
seminário que promove em São Paulo a US$ 1,7 mil por adesão, revista
pinta cenário em que País é apresentado como "uma das maiores histórias
de sucesso da última década" (centro); em 2011, cravou que Brasil estava
"decolando"; agora, em 14 páginas, vai jogar na desconstrução; Freud
poderia explicar essa esquizofrênica dupla identidade?; ou falar mal do
Brasil para os leitores e bem para os patrocinadores é apenas uma
estratégia de marketing dirigida e irresponsável?
247 – No momento em que os principais
indicadores da economia brasileira convergem para uma retomada do
crescimento – alta de 20% nas projeções da CNI para o PIB, inflação
estimada em 4,8% ao final do ano e, especialmente, índice de 5,3% de
desemprego, o que tecnicamente mantém o Brasil no regime de pleno
emprego -, a revista inglesa The Economist faz nova aposta na derrocada
do modelo de desenvolvimento do País. Em outras palavras, quando a
economia brasileira dá todas as mostras de superação da crise global, a
publicação resgata sua irônica ladainha do retrocesso. O Brasil indo, a
Economist voltando.
Usando, mais uma vez, a imagem do Cristo Redendor para representar o
País, a mesma publicação que colocou o famoso monumento decolando como
um foguete do morro do Corcovado, em 2011, agora completa sua obra,
jogando de volta, num looping desastrado, o mesmo Cristo a poucos metros
de espatifar-se em seu magnífico pedestal na natureza.
Pode-se achar graça da computação gráfica dos mordazes ingleses, mas,
na verdade, além de estar errada do ponto de vista da tradução dos
fatos econômicos obejtivos, aponta para um caso de esquizofrenia e dupla
identidade. A The Economist que agride o Brasil é a mesma The Economist
que adula que adula o Brasil.
Para seus leitores desta semana, na edição para a Ásia e América
Latina, a revista diz que corre-se o risco, aqui, de “estragar tudo”.
Para os anunciantes e convidados do Brazil Summit 2013 (link abaixo),
porém, o que a mesma The Economist oferece é a avaliação de que “A
ascensão do Brasil tem sido uma das maiores historias de sucesso
econômico da última década, com níveis recordes de investimento
estrangeiro, milhões de pessoas retiradas da pobreza e uma classe média
em expansão que criou um novo mercado global”.
A reportagem desta semana da The Economist ainda não foi divulgada.
Trata-se de uma matéria especial de 14 páginas sobre o País, com um
diagnóstico que vai apontar para o desastre iminente.
Para o seminário que organiza com apoio de patrocinadores privados, a
mesma The Economist que já apresenta o convite com um cenário bem mais
otimista cobra 1,7 mil dólares pela presença. Irá ocorrer n o dia 24 de
outubro, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo entre 8h00 e 18h00. Já
estão confirmadas as presenças de Joaquim Barbosa, presidente do STF, de
Nizan Guanaes, do grupo ABC, do ex-presidente do BC Gustavo Franco,
todos críticos do atual governo, e até mesmo do estrelado chef Alex
Atalla, do restaurante D.O.M. Pelo governo, a única presença confirmada
até agora entre os speakers é o presidente da Embrapa, Marco Antônio
Lopes.
Pelo jeito, a The Economist vai fazer um “summit” tão desequilibrado
no debate dos fatos, projeções e ideias quanto aponta a capa da
reportagem que está para sair. Será que, finalmente, então, as duas
identidades da mesma publicação irão se juntar?
convite (a US$ 1,7 mil por cabeça!)
Brasil 247
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