quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Economist ataca Brasil na hora de nova decolagem

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Revista inglesa aposta no desastre brasileiro no exato momento em que economia do País está voltando a crescer; capa que irá circular esta semana mostra Cristo Redentor em looping desastrado – "O Brasil estragou tudo?"; fatos econômicos, porém, mostram convergência de indicadores para cima, como PIB maior, menos inflação e regime de pleno emprego; The Economist, na verdade, mostra que tem duas caras; em seminário que promove em São Paulo a US$ 1,7 mil por adesão, revista pinta cenário em que País é apresentado como "uma das maiores histórias de sucesso da última década" (centro); em 2011, cravou que Brasil estava "decolando"; agora, em 14 páginas, vai jogar na desconstrução; Freud poderia explicar essa esquizofrênica dupla identidade?; ou falar mal do Brasil para os leitores e bem para os patrocinadores é apenas uma estratégia de marketing dirigida e irresponsável?
26 de Setembro de 2013

247 – No momento em que os principais indicadores da economia brasileira convergem para uma retomada do crescimento –  alta de 20% nas projeções da CNI para o PIB, inflação estimada em 4,8% ao final do ano e, especialmente, índice de 5,3% de desemprego, o que tecnicamente mantém o Brasil no regime de pleno emprego -, a revista inglesa The Economist faz nova  aposta na derrocada do modelo de desenvolvimento do País. Em outras palavras, quando a economia brasileira dá todas as mostras de superação da crise global, a publicação resgata sua irônica ladainha do retrocesso. O Brasil indo, a Economist voltando.

Usando, mais uma vez, a imagem do Cristo Redendor para representar o País, a mesma publicação que colocou o famoso monumento decolando como um foguete do morro do Corcovado, em 2011, agora completa sua obra, jogando de volta, num looping desastrado, o mesmo Cristo a poucos metros de espatifar-se em seu magnífico pedestal na natureza.

Pode-se achar graça da computação gráfica dos mordazes ingleses, mas, na verdade, além de estar errada do ponto de vista da tradução dos fatos econômicos obejtivos, aponta para um caso de esquizofrenia e dupla identidade. A The Economist que agride o Brasil é a mesma The Economist que adula que adula o Brasil.

Para seus leitores desta semana, na edição para a Ásia e América Latina, a revista diz que corre-se o risco, aqui, de “estragar tudo”.
Para os anunciantes e convidados do Brazil Summit 2013 (link abaixo), porém, o que a mesma The Economist oferece é a avaliação de que “A ascensão do Brasil tem sido uma das maiores historias de sucesso econômico da última década, com níveis recordes de investimento estrangeiro, milhões de pessoas retiradas da pobreza e uma classe média em expansão que criou um novo mercado global”.

A reportagem desta semana da The Economist ainda não foi divulgada. Trata-se de uma matéria especial de 14 páginas sobre o País, com um diagnóstico que vai apontar para o desastre iminente.

Para o seminário que organiza com apoio de patrocinadores privados, a mesma The Economist que já apresenta o convite com um cenário bem  mais otimista cobra 1,7 mil dólares pela presença. Irá ocorrer n o dia 24 de outubro, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo entre 8h00 e 18h00. Já estão confirmadas as presenças de Joaquim Barbosa, presidente do STF, de Nizan Guanaes, do grupo ABC, do ex-presidente do BC Gustavo Franco, todos críticos do atual governo, e  até mesmo do estrelado chef Alex Atalla, do restaurante D.O.M. Pelo governo, a única presença confirmada até agora entre os speakers é o presidente da Embrapa, Marco Antônio Lopes.

Pelo jeito, a The Economist vai fazer um “summit” tão desequilibrado no debate dos fatos, projeções e ideias quanto aponta a capa da reportagem que está para sair. Será que, finalmente, então, as duas identidades da mesma publicação  irão se juntar? 

convite (a US$ 1,7 mil por cabeça!)



Brasil 247

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