24 de setembro de 2013 | 17:48
Da coluna de Ilimar Franco, agora há pouco em O Globo:
O governador Cid Gomes (CE), que defende o apoio do PSB à
reeleição da presidente Dilma, está se preparando para deixar o partido.
Contrário à candidatura própria do governador Eduardo Campos (PE) ao
Planalto, Cid nã pretende esperar por uma intervenção no partido, como
está ocorrendo no Rio de Janeiro. A Executiva estadual do PSB vai
reunir-se hoje à noite quando a decisão poderá ser oficializada. O
governador está alinhado nesta posição ao ex-ministro Ciro Gomes, que
foi impedido de disputar as eleições presidenciais pela cúpula do PSB em
2010.
- Sempre tive uma posição pública, clara e transparente. A hora
não é agora. Devemos nos preparar para 2018. Não tenho como deixar de
apoiar a reeleição da presidente Dilma. Mas não quero criar inimizades.
Quero ficar ou sair em paz – diz Cid Gomes.
O governador não confirma a data do desembarque nem abre qual o
destino partidário de seus aliados e seguidores. Mas ele se queixa que
tem sido vítima daquilo que Eduardo Campos reclamou em relação ao PT
nacional e ao governo Dilma. Ele relata que todos os dias lê notícias de
jornais, contrárias às suas posições, que não recebem nenhum
desmentido. Cita a reunião em que o deputado Márcio França (PSB-SP) e o
secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, teriam tratado da filiação
da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins. E, os contatos que
socialistas teriam tido com o candidato de oposição local, o deputado
Heitor Férrer (PDT).
- Não tinha a menor intenção de deixar o PSB. Mas nos últimos
dias fui alvo de hostilidades sem qualquer desmentido da direção do
partido. Entendo isso como um gesto de hostilidade. Como não há
desmentido, subentendo que se trata de um convite para seguir outro rumo
– afirma Cid.
Na sua avaliação, o PSB não vai conviver com a divergência
interna e tratará de intervir em todos os diretórios que não estiverem
de acordo com a candidatura própria. Lembra que já foi assim nas
eleições de 2002, quando o candidato do PSB foi o ex-governador do Rio e
atual líder do PR, deputado Anthony Garotinho. Cid também criticou a
parceria de Eduardo Campos e do PSB com os tucanos.
- O PSB em alguns estados está na órbita do PSDB. No Paraná é assim,
em São Paulo, e também no Pará e na Paraíba. o PSB é satélite do PSDB em
vários estados – declara Cid Gomes.
Por: Fernando Brito
Tijolaço
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