Vários deputados falam hoje aos jornais em antecipar o lançamento da
candidatura do presidente nacional do partido, senador Aécio Neves
(PSDB-MG), ao Palácio do Planalto. Seria uma semioficialização da
candidatura – o lançamento já foi feito pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso há quase um ano e a oficialização tem de ser em
convenção nacional até o fim do 1º semestre do ano que vem.
Eles sugerem convenção extraordinária a se realizar no final deste
mês, em dezembro ou em janeiro para alijar a candidatura presidencial do
ex-governador tucano de São Paulo, José Serra. Apesar de não
concordarem em coisa nenhuma, Serra e Aécio têm um acordo para só
tratarem dessa candidatura a partir de março do ano que vem. Serra
acredita nisso e alardeia para os quatro cantos do mundo que a definição
só ocorrerá.
Mas, na verdade, o apelo dos deputados aecistas para antecipação da
decisão é o reconhecimento de que o senador está imobilizado em sua
candidatura presidencial pela ação de José Serra, pré-candidato
declarado e que voltou à disputa interna tucana com uma movimentação e
uma pré-campanha maiores que as do mineiro.
Almoço pode dar indigestão
Desde que comunicou, uma semana antes do 5 de outubro (data em que
expirou o prazo para troca de partido para quem vai concorrer no ano que
vem), que ficava no PSDB, José Serra já visitou o Rio Grande do Sul, a
Bahia, Brasília- além de falar com frequência em são Paulo -, onde
proferiu palestras, foi a emissoras de rádio e TV, deu entrevistas a
todo mundo e a tudo quanto é jornal.
Os deputados aecistas se queixam velada ou abertamente hoje que não
andam nem as alianças do PSDB com o DEM – improvável -, o Solidariedade,
o PV e o PPS (este deve apoiar o candidato que sair da dupla parceira
Eduardo Campos-Marina Silva), já que ninguém sabe quem será o candidato
tucano a presidente da República para enfrentar a presidenta candidata à
reeleição, Dilma Rousseff.
Aécio Neves teve nesta 2ª feira (ontem), no Palácio dos Bandeirantes,
um almoço de três horas com o governador tucano Geraldo Alckmin e o
ex-presidente FHC. Prato principal do menu: exatamente o destino da
candidatura presidencial de José Serra e que fim dar a ela ao mesmo
tempo em que precisam dar um futuro ao cordial inimigo Serra. O almoço
dessa 2ª, no Bandeirantes, encerra o risco de provocar indigestão, tal o
ódio dos comensais contra Serra…
(Foto: Antonio Cruz/ABr)
Blog do Zé Dirceu
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