Preso na operação que desbaratou um esquema de
fraudes estimadas em cerca de R$ 500 milhões na prefeitura de São Paulo,
Luis Alexandre de Magalhães decidiu colaborar com a Justiça; vai contar
detalhes da corrupção que atingiu o coração do sistema de arrecadação
municipal; os quatro presos faziam parte da equipe do ex-secretário
Mauro Ricardo, indicado por José Serra para cuidar das finanças na
gestão de Gilberto Kassab
247 - A
Operação Necator, deflagrada pela corregedoria da prefeitura de São
Paulo para desbaratar uma quadrilha que reduzia dívidas de tributos
municipais de grandes construtoras, promete trazer fatos novas nas
próximas semanas.
Um dos presos, o fiscal Luis
Alexandre Cardoso de Magalhães, decidiu colaborar com a Justiça. Além de
confirmar o esquema de corrupção do "ninho" descoberto pela equipe do
prefeito Fernando Haddad, ele aceitou fazer uma delação premiada. Ou
seja: em troca de novas informações, poderá reduzir suas penas.
De acordo com o promotor Roberto
Bodini, as informações são valiosas. "Ele apresentou detalhes que só
alguém que participava do grupo conhecia", afirmou.
Nomeados pelo ex-secretário Mauro
Ricardo, indicado por José Serra para cuidar das finanças de São Paulo
na gestão de Gilberto Kassab, os quatro fiscais arrecadavam cerca de R$
80 mil por semana há cerca de quatro anos, aliviando as cobranças de
tributos municipais de grandes empresas – a propina, quase sempre, era
paga em dinheiro vivo. Pelo menos 500 imóveis tiveram sua construção
liberada em São Paulo mediante pagamento de vantagens indevidas. O
prejuízo estimado pela prefeitura é de R$ 500 milhões.
Além de Magalhães, foram presos outros três técnicos da prefeitura: Eduardo Horle Barcellos e Carlos Augusto di Lallo do Amaral, que foram diretores da Secretaria de Finanças da prefeitura, e Ronilson Bezerra Rodrigues, subsecretário da Receita municipal entre 2009 e 2012.
Magalhães, considerado o "peixe
pequeno" da quadrilha, conseguiu acumular um patrimônio imobiliário de
R$ 18 milhões em seu nome, embora tivesse um salário de R$ 14 mil
mensais.
Em entrevista ao 247, o prefeito Fernando Haddad afirmou estar fazendo um acerto de contas (leia aqui).
Brasil 247
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