segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Em Cuba, Dilma marcará diferença sobre Cristina

:
Com a Argentina em crise cambial, Brasil tem de mostrar durante reunião da Celac, em Havana, que tem cacife para não entrar pelo mesmo caminho; com reservas suficientes para cobrir todos os seus compromissos externos, país não corre risco de sofrer contágio, mas especuladores podem aproveitar momento para promover desestabilização
27 de Janeiro de 2014 às 12:46

247 – Por mais solidária que esteja com Cristina Kirchner e a crise cambial enfrentada neste momento pela Argentina, uma das missões da presidente Dilma Rousseff em Havana, durante a reunião da Celac que começa nesta segunda-feira 27, é exatamente a de marcar as diferenças sobre as situações econômicas dos dois países.

Com o peso em franca desvalorização, o que pode ser agravado por um possível aumento na taxas de juros dos Estados Unidos, a Argentina está exposta a ataques especulativos com reservas não muito superiores, estima-se, a US$ 30 bilhões. O caixa permitiu ao governo local liberar a compra de US$ 2 mil por cidadão, numa estratégia que pode ser considerada de pagar para ver até onde vai o assédio à sua moeda. Os resultados serão observados ao longo dos próximos dias. Na semana passada, o peso chegou a perder 22% de sua valor frente ao dólar em um único dia.

No Brasil, o dólar também em alta é mais um teste para a sustentabilidade da economia. Com indicadores macroeconômicos criticados por investidores, o País conta, porém, com reservas superior a US$ 300 bilhões, mais que suficientes para cobrir todos os compromissos já contratados e, ainda, sobrar dólares em caixa. Um estudo da Rosemberg Consultores Associados mostrou que as reservas equivalem atualmente a 120% das dívidas internacionais.

Chegada de Davos, a presidente Dilma vai circular pelos salões da reunião dos países latino-americanos e caribenhos com a sensação de dever cumprido sobre o mercado internacional. Seu discurso seguido de debate no Fórum Econômico Mundial tranquilizou a comunidade financeira em relação ao comprometimento do governo federal com o superávit primário e o combate à inflação. A ausência de divulgação de metas foi compreendida no contexto exposto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele disse que os números sobre os objetivos oficiais para 2014 serão anunciados em abril.

Terceiro maior parceiro comercial do Brasil, a Argentina com sua crise cambial deverá reduzir as compras que costuma fazer no País. Uma fórmula para evitar uma queda abrupta nos negócios entre os dois países deve ser ao menos ensaiada, em Havana, nas conversas entre técnicos dos dois países. Mesmo prestando solidariedade, porém, o Brasil precisa deixar claro, nas palavras e atitudes da presidente durante a conferência, que vive uma situação completamente diferente da enfrentada pelo país vizinho – sob pena de ser respingado pela mesma crise.

Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre a reunião da Celac:

Ban Ki-moon chega a Cuba para participar de cúpula da Celac
 
Da Agência Brasil 
 
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, chegou hoje (27) a Cuba para participar da segunda reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro reunirá diversos líderes da região para intensificar o diálogo político e a cooperação entre 33 países. Entre os principais temas a serem abordados estão o combate à fome, pobreza e desigualdade. O Chile foi a sede do primeiro encontro da Celac, no ano passado.

Ban Ki-moon, ao chegar à capital cubana, Havana, disse estar interessado em observar as mudanças que ocorrem na ilha e como a ONU pode dar apoio. "Estou muito interessado no processo de mudança que está acontecendo em Cuba e, por isso, tenho muito interesse em conhecer o que está sendo feito e como as Nações Unidas podem apoiar esse processo", explicou o secretário-geral, em uma breve declaração no aeroporto do país.

O secretário-geral falou também do interesse em escutar, durante a participação no encontro, a opinião dos líderes latino-americanos e caribenhos em temas como paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Ele  confirmou que se reunirá com o presidente cubano, Raul Castro, ministros e outras autoridades. 

A presidenta Dilma Rousseff chega nesta segunda-feira a Havana, onde participara da reunião da Celac. Ela terá um encontro com Raul Castro amanhã (28).  Ao lado do presidente, Dilma participará da inauguração da primeira fase de um porto que teve o  financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

* Com informações da Agência Lusa



Brasil 247

Nenhum comentário:

Postar um comentário