29 de janeiro de 2014 | 18:09 Autor: Fernando Brito
O PSDB não dá para ser levado a sério.
Perdeu completamente qualquer compostura e racionalidade na hora de criticar o governo Dilma.
Só não é exposto ao ridículo porque a mídia brasileira também é
ridícula e simplesmente repete o que as “notas oficiais”aecistas
publicam no site do partido.
Depois do “mico aéreo” e do “mico da conta do restaurante”, agora o
PSDB parte para o “mico cubano”, publicando – com farta reprodução nos
jornais - um comunicado em que critica os empréstimos do BNDES às obras do porto de Mariel,
em cuba e diz que os “recursos que vão para a ilha da ditadura
castrista – e também para a Venezuela chavista e para outros países,
notadamente os ideologicamente alinhados – são os mesmos que faltam para
obras estruturantes no Brasil, em especial as de mobilidade urbana nas
nossas metrópoles.”
Ontem eu tratei a sério disso, aqui, mostrando que o dinheiro é emprestado – tem sido pago em dia – para aquisições de mercadorias e serviços no Brasil.
Mas tem limite a cara de pau.
Qualquer dia eu vou começar a imprimir e guardar as notícias das
coisas que o governo tucano fazia e a posição “indignada” do PSDB sobre
as mesmas coisas no governo petista.
E esta é uma delas.
Fernando Henrique diretamente e o BNDES, sob seu comando fizeram empréstimos a Cuba, aliás muito corretamente.
Aqui está o memorando de entendimento entre Brasil e Cuba
para financiar a compra de alimentos com recursos orçamentários –
reparem, orçamentários, diretamente da União – através do Proex (leia-se
Banco do Brasil) em US$ 15 milhões, firmado em 1998.
Mas foi comida, aí era humantário? E o que dizem do financiamento a
ônibus de turismo para a ilha de Fidel, como está consignado no relatório de atividades do BNDES do ano de 2000?
“(…)o apoio do BNDES a exportações de
ônibus de turismo e urbanos para Cuba somou cerca de US$ 28 milhões.
Cabe destacar o financiamento concedido para a aquisição de 125 ônibus
Busscar com mecânica Volvo, utilizados na dinamização da atividade
turística desse país, no valor total de US$ 15 milhões”
Mas teve também para a “Venezuela chavista” de que fala a nota do PSDB:
“Projeto da Linha IV do Metrô de
Caracas (Construtora Norberto Odebrecht S.A.) – Construção do primeiro
trecho, com extensão de 5,5 km. O investimento total do projeto soma US$
183 milhões, sendo o financiamento do BNDES de US$ 107,5 milhões,
correspondentes a 100% das exportações brasileiras de bens e serviços e
ao seguro de crédito às exportações.”
Uai, igualzinho ao Porto de Mariel? E com a mesma empreiteira, a Odebrecht?
É verdade que os tucanos fazem uma ressalva: “Fosse o Brasil um país
que esbanjasse dinheiro e com questões de infraestrutura e logística
resolvidas, poderia até ser compreensível.”
Fico imaginando a cara de Aécio Neves diante de algum repórter que
lhe perguntasse se no governo FHC podia-se emprestar dinheiro à Cuba e à
Venezuela porque não existiam problemas de logística e infra-estrutura
no Brasil dos tucanos.
PS. Aos que, pateticamente, ficam contando os dedos de FHC para
sugerir que a foto é montagem, outra, para ficarem cheios de dedos…
TIJOLAÇO
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