qui, 23/01/2014 - 10:19
Do Valor
Por Luciano Máximo
A indicação do economista gaúcho José
Henrique Paim Fernandes, de 47 anos, para substituir Aloizio Mercadante
no comando do Ministério da Educação (MEC) foi saudada positivamente por
especialistas em educação de várias vertentes, gestores e políticos do
PT e da oposição.
Conduzido à pasta pelo então ministro Tarso Genro há quase dez anos, o atual secretário-executivo modernizou o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), braço financeiro dos programas educacionais do MEC cujo orçamento supera os R$ 30 bilhões, e é considerado o "piloto" das principais políticas educacionais do PT, como o Prouni, Fies, Enem.
Foi colega da presidente Dilma Rousseff no primeiro escalão do governo do Rio Grande do Sul no início dos anos 2000 e é constantemente elogiado pela atual chefe. "O Paim é referência de gestor na Esplanada dos Ministérios", costuma dizer a presidente em reuniões com seus auxiliares.
Conduzido à pasta pelo então ministro Tarso Genro há quase dez anos, o atual secretário-executivo modernizou o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), braço financeiro dos programas educacionais do MEC cujo orçamento supera os R$ 30 bilhões, e é considerado o "piloto" das principais políticas educacionais do PT, como o Prouni, Fies, Enem.
Foi colega da presidente Dilma Rousseff no primeiro escalão do governo do Rio Grande do Sul no início dos anos 2000 e é constantemente elogiado pela atual chefe. "O Paim é referência de gestor na Esplanada dos Ministérios", costuma dizer a presidente em reuniões com seus auxiliares.
O problema é que, conforme apurou o
Valor, o escolhido de Dilma Rousseff para comandar o orçamento de mais
de R$ 100 bilhões e as dezenas de programas do MEC trabalhará sob a
ameaça de ser substituído, num eventual segundo mandato da presidente,
por um nome de mais peso político, como a ministra da Cultura, Marta
Suplicy (PT), e o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), "que operam
politicamente para estarem à frente do MEC a partir de 2015."
"Paim é um trabalhador incansável, o
grande executor dos principais programas do MEC desde 2005, mas a Marta
tem um capital forte dentro do PT e não desistiu de ser ministra da
Educação nem vai desistir facilmente. Outro nome forte na disputa é o de
Cid Gomes.
Dilma identifica sua política educacional com a reforma do ensino no Ceará. Como não haverá grandes mudanças na rota da pasta neste ano, ele trabalhará à sombra desses nomes", avalia, reservadamente, um importante interlocutor do MEC e do Congresso para temas educacionais
Dilma identifica sua política educacional com a reforma do ensino no Ceará. Como não haverá grandes mudanças na rota da pasta neste ano, ele trabalhará à sombra desses nomes", avalia, reservadamente, um importante interlocutor do MEC e do Congresso para temas educacionais
Já na opinião de um gestor petista de
primeiro escalão de uma grande cidade brasileira, "Paim vai virar de tal
maneira a pasta que não sairá de lá tão cedo".
"Ele foi o grande piloto do Enem, quem comandava a operação do exame do primeiro ao último dia. A evolução do Enem é atribuição, sobretudo, do Paim.
Marta transformaria o MEC num órgão político. O Mercadante tentou isso e ficou imobilizado em boa parte graças aos mecanismos de gestão criados pelo Paim. O Ceará só avançou do jeito que avançou porque seguiu o PDE [Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado por Fernando Haddad em 2007 com participação de Paim]", conta a fonte, que pediu para não ser identificada.
"Ele foi o grande piloto do Enem, quem comandava a operação do exame do primeiro ao último dia. A evolução do Enem é atribuição, sobretudo, do Paim.
Marta transformaria o MEC num órgão político. O Mercadante tentou isso e ficou imobilizado em boa parte graças aos mecanismos de gestão criados pelo Paim. O Ceará só avançou do jeito que avançou porque seguiu o PDE [Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado por Fernando Haddad em 2007 com participação de Paim]", conta a fonte, que pediu para não ser identificada.
Procurado pelo Valor, o Ministério da
Cultura não comentou a reportagem. A assessoria de imprensa do
governador do Ceará, informou que Cid Gomes não tem interesse no cargo.
"Ele tem reiterado em entrevistas que concluirá o mandato e, em 2015, se
candidatará a um cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento."
O ministro Aloizio Mercadante, que
assumirá a Casa Civil na reforma ministerial em andamento, também negou
conceder entrevista para tratar do balanço de seus dois anos à frente do
MEC. Em geral, especialistas e políticos aprovam a passagem do ministro
pela pasta, destacando o bom relacionamento com entidades do setor e a
continuidade de políticas públicas elaboradas nas gestões petistas
anteriores (Genro e Haddad), com ênfase em alguns programas.
Contam a favor de Mercadante a
evolução do Enem, a expansão do Prouni e do Fies, o sucesso do Programa
Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e do Ciência
sem Fronteiras e o lançamento do Pacto Nacional de Alfabetização na
Idade Certa (Pnaic), programa liderado pelo MEC que tem como objetivo
garantir que todas as crianças leia e escreva até os oito anos.
As críticas recaem sobre a inabilidade
do ministro na aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE), que
tramita há três anos no Congresso, e na adoção de resoluções mais
céleres para o problema do ensino médio brasileiro e sobre a indefinição
do pagamento do piso nacional do magistério.
Blog do Luis Nassif
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