Depois
de toda uma vida como linha auxiliar do PSDB, uma espécie de sublegenda
tucana, o PPS um ano após chegar à maioridade pulou este ano para outra
trincheira. Fundado a 19 de março de 1992, o partido de ex-comunistas,
que já anunciara adesão à chapa presidencial do PSB (Eduardo Campos ou
Marina Silva, um de presidente, o outro de vice), oficaliza esse apoio
no próximo dia 31. A origem do PPS é o PCB, embora uma parte deste tenha
continuado, contando em seus quadros, inclusive com o falecido
arquiteto Oscar Niemeyer.
A partir dessa data, anuncia o PPS, ele passa a discutir
conjuntamente com o PSB (de Eduardo) e a Rede Sustentabilidade (de
Marina) as diretrizes do programa de governo da chapa e as alianças
regionais. Aqui é que reside o problema: a previsão é de que nessa
parte, nas alianças regionais, se eleve o clima de tensão com a
ex-senadora Marina Silva, que não concorda com praticamente nada que os
parceiros do PSB e agora do PPS aceitam em termos de coligações nos
Estados.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), já avisa:
a aliança nacional não impede que seu partido siga caminho diverso nos
Estados.
O presidenciável Eduardo Campos acrescenta assim algumas contas a
mais a seu rosário de problemas, ele que tem sido visto como um
engolidor de sapos preparados por Marina, que desde que firmou a
parceria Rede-PSB tem se dedicado a resistir e até a desfazer alianças
que Eduardo permitiu que o seu PSB firmasse e mantivesse há vários anos
em diversos Estados, especialmente com o PSDB.
São Paulo, o grande problema do trio PSB-Rede-PPS
São Paulo é um dos exemplos mais concretos dessa situação. Com
chances de sucesso próximas de zero, o PSB paulista ainda luta para
apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de quem é
aliado há vários anos – e o partido há vários governos. O PPS, também
aliado do tucano Alckmin, luta para ficarem todos juntos na tentativa de
reeleição em São Paulo. Mas Marina pressiona por uma candidatura
própria da parceria PSB-Rede, agora mais difícil porque a candidata dos
sonhos, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), já avisou que não aceita.
A mudança de barco do PPS nacional é problema, também, para o
candidato tucano ao Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG), acostumado a
ter o partido aliado na maioria das eleições que disputaram nos últimos
20 anos. Aécio lutou até a última hora para manter o PPS a seu lado e a
legenda também se ofereceu para abrigar as candidaturas presidenciais
de José Serra e Marina Silva, mas ambos declinaram da oferta.
Agora que o PPS segue Eduardo Campos, Aécio, tudo indica, vai para a
disputa presidencial de outubro apenas com o incerto apoio do DEM, que
acompanha os tucanos há várias eleições, mas que agora acenou com esse
apoio ainda e em certos momentos até fala em sair com candidato próprio
ao Planalto para a eleição de outubro.
Blog do Zé Dirceu
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