24 de janeiro de 2014 | 09:21 Autor: Fernando Brito
O ministro Ricardo Lewandowski derrubou ontem o sigilo do Inquérito
2474, que apura a origem e a maipulação de recursos que Marcos Valério
utilizava, desde 1999, para desviar dinheiros para políticos – entre
eles o governador tucano de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, cuja
investigação está parada há dez anos e que só agora, com novo relator,
promete ter fim.
O inquérito havia sido colocado sob sigilo por Joaquim Barbosa, que
não permitiu que a ele tivessem acesso os acusados da Ação Penal 470, o
dito “mensalão”.
Meu parceiro Miguel do Rosário, ontem, no seu O Cafezinho, já publicou um parte do relatório do inquérito, e separou algumas pequenas pérolas.
A maior deles é de que o “BV” – bônus de veiculação – era pago pela
Globo à DNA sem qualquer referência a recursos do Fundo Visanet, que foi
o alegado para caracterizar a origem “pública” do dinheiro do chamado
“mensalão”. Recursos do Visanet foram, sim, empregados em ações de
comunicação, entre outras coisas em um contrato do a promotora de
eventos “Tom Brasil”, a mesma onde trabalhava o filho do Ministro
Joaquim Barbosa.
Rosário, é claro, não acusa o rapaz de nada. Mas mostra que, até em
casa, Joaquim Barbosa deveria saber que os recursos eram efetivamente
usados em ações promocionais.
Agora, o mais interessante neste caso é a notícia – ou não- notícia – publicada pela Folha.
Diz que é um inquérito “paralelo” ao mensalão, mas não diz sobre o que, nem sobre quem.
Afirma que o inquérito será liberado para oito requerentes e menciona dois: Henrique Pizzolato e Daniel Dantas, do Opportunity.
Mas não fala que o acesso de Daniel Dantas já havia sido concedido por Joaquim Barbosa em 2011.
E como se tudo não bastasse, ainda dá o número errado ao processo: 2.747, quando é 2.474.
Na Folha, ainda está valendo o segredo do Dr. Joaquim, ao que parece.
Tijolaço
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