Deputado João Paulo Cunha (PT-SP) classifica a
atitude do presidente do STF, que expediu seu mandado de prisão, mas
saiu de férias sem assinar, como "um gesto de pirotecnia para que ele
tenha mais dois minutos de repercussão"; em entrevista, ironiza a foto
de Joaquim Barbosa tirada em frente a lojas de grife em Paris, onde
passou férias: "nos últimos dias, estive na Galeria Pagé, na Rua 25 de
Março, para comprar roupas brancas, porque posso precisar delas logo";
declara ter a consciência tranquila de que não cometeu "nenhum dos
crimes imputados" a ele na Ação Penal 470 e coloca a renúncia como
"assunto fora de pauta"
247 – Condenado na Ação Penal 470 a seis anos e
quatro meses de prisão pelos crimes de peculato e corrupção passiva, o
deputado João Paulo Cunha (PT-SP) diz não ter arrependimentos e afirma
estar com a consciência tranquila de que não cometeu "nenhum dos crimes
imputados" a ele durante o julgamento – o parlamentar ainda aguarda
análise de recurso para o crime de lavagem de dinheiro.
Em entrevista concedida à jornalista Marina Dias, da Folha de
S.Paulo, o petista classifica a atitude do presidente do STF, Joaquim
Barbosa, que expediu seu mandado de prisão, mas saiu de férias sem
assinar, como "um gesto de pirotecnia para que ele tenha mais dois
minutos de repercussão". E resume bem a situação: "se minha prisão era
urgente, ele deveria ter assinado, se não era urgente, não deveria ter
anunciado e viajado".
Diz ainda que "respeito não é o forte" de Barbosa e que "essa medida
foi cruel". Para ele, falta "civilidade, humanidade e cortesia" ao
ministro. A foto de Barbosa
tirada em uma das galerias mais nobres de Paris, que reúne grifes como
Prada, Fendi e Bottega Veneta, foi ironizada pelo político de Osasco
(SP), que pode ser preso a qualquer momento. "Nos últimos dias, estive
na Galeria Pagé, na Rua 25 de Março, para comprar roupas brancas, porque
posso precisar delas logo".
Para João Paulo Cunha, a renúncia, à qual recorreu o companheiro José
Genoino, também deputado do PT, "é assunto fora de pauta". Quanto à
multa de R$ 250 mil pela qual foi condenado, afirma não saber ainda se
também criará um site, como fez Genoino e agora Delúbio Soares, para
arrecadar recursos. Mas define a pena como "uma barbaridade". "É só ver o
meu patrimônio e a minha renda para perceber que é absolutamente
desproporcional ter uma multa dessa magnitude".
O parlamentar acredita que, por ser deputado, deverá ter uma "rotina"
dentro do presídio, onde cumprirá sua pena, até que seja julgado o
embargo infringente pelo crime de lavagem de dinheiro, em regime
semiaberto. O processo do chamado 'mensalão' julgado pelo Supremo, em
sua opinião, é uma sucessão de injustiças e de absurdos, além de "uma
disputa política". Segundo ele, "como disputa política, poderíamos ter
qualquer desfecho".
Leia aqui a íntegra da entrevista.
Brasil 247
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