Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Dez manifestantes que participaram de um ato a favor dos
“rolezinhos” e contra o racismo, comandado pela União de Núcleos de
Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro),
registram boletim de ocorrência na 96ª Delegacia de Polícia em São Paulo
depois de terem sido impedidos de entrar no Shopping JK Iguatemi em São
Paulo.
O shopping funcionava normalmente até o momento em que os
manifestantes chegaram à frente do estabelecimento. Após isso, os
acessos foram bloqueados. Alguns ativistas, que não portavam bandeiras
nem instrumentos musicais, chegaram a formar uma fila na porta do shopping e pediram aos seguranças autorização para entrar, o que foi negado.
“Alegamos que houve um crime de constrangimento ilegal e o crime de racismo por parte do shopping. O shopping estava aberto. Depois do ato, as pessoas tentaram entrar individualmente no shopping
e foram impedidas de entrar. Majoritariamente, os manifestantes são
negros e da periferia. Está caracterizado crime de racismo”, disse o
advogado Eliseu Soares Lopez que defende o movimento.
“Eles não fecharam as portas para a manifestação e para todo mundo. Quando fecharam as portas aqui, eu estava no interior do shopping.
E eu pude presenciar com várias pessoas que as pessoas que estavam
entrando pela garagem, em seus carros, eles não eram impedidos de
entrar”, acrescentou o advogado.
A manifestação teve apoio de diversos movimentos sociais. De acordo
com Lopez, as entidades vão entrar na Justiça com um mandado de
segurança contra decisões judiciais que proíbem pessoas de participarem
dos rolezinhos, e uma ação contra o Shopping JK.
“Presenciei várias manifestações aqui em São Paulo e eu não vi os
shoppings fecharem. Presenciei manifestação dos médicos, todos vestidos
de brancos, eu presenciei manifestação diversas próximas a shoppings e
não vi fechando”, destacou o advogado.
Em nota, o Shopping Center JK Iguatemi informa que o estabelecimento
não comporta manifestações em seu interior. O centro comercial disse
também que respeita manifestações democráticas. “O espaço físico e a
operação de um shopping não são planejados para receber
qualquer tipo de manifestação. Com o compromisso de garantir a segurança
de seus clientes, lojistas e colaboradores, e de acordo com
procedimento padrão utilizado em situações semelhantes, o empreendimento
interrompeu temporariamente suas atividades neste sábado.”
Agência Brasil
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