segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O novo escândalo tucano no conluio com a Alstom. É mais do mesmo




Quanto mais as entranhas dos 20 anos de governos do PSDB em São Paulo são revolvidas, quanto mais são aprofundadas as investigações das denúncias contra eles, quanto mais as autoridades do judiciário mergulham na lama do tucanato, mais feias as coisas ficam para eles.
Agora descobre-se que foi apreendido na sede da Alstom, na França, um documento que indica que integrantes da Secretaria de Energia e de três diretorias da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE)) foram subornados para que a companhia obtivesse, em 1998, a extensão por mais cinco anos de um contrato que há muito expirara, de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões, em valores da época) com a estatal no 1º governo Mário Covas.

Ele se reelegeu e morreu no meio do 2º segundo mandato, sendo substituído pelo governador Geraldo Alckmin. O documento apreendido na sede da Alstom francesa não traz nomes das pessoas que receberam propina na Secretaria e na EPTE – traz iniciais – mas é claro ao dizer que a Secretaria de Energia (“SE”) recebeu 3% do contrato de R$ 52 milhões e as diretorias financeira, administrativa e técnica da EPTE, receberam 1,5%, 1% e 0,13%. O significado das letras – siglas – foi revelado à Folha de S.Paulo por Jean-Pierre Courtadon, ex-vice-presidente da Alstom, investigado no Brasil por pagamento de propina. Ele nega.
A Folha numa manchete de 1ª contra tucanos. Sem citá-los no título

Sem as palavras tucano ou PSDB no título, a  Folha  surpreendentemente dá o assunto como sua manchete de 1ª página hoje – o que ela raramente faz em se tratando de denúncia contra o tucanato -, com o título “Documento da Alstom revela lista de subornos”. Ainda na 1ª diz que propina por contrato inclui secretaria e estatal da gestão Covas,  que o valor total do suborno chegou a R$ 6,4 milhões (valores de 1998), ou o equivalente a 12,3% do contrato aditivo firmado no governo Covas – um contrato de 1983, que não poderia ser prolongado em 1998.

O maior valor em suborno (RS 2,07) milhões), de acordo com as investigações, teria sido pago a Robson Marinho, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) e chefe da Casa Civil do governo Mário Covas entre 19995 e 1997. O documento francês aponta que a empresa MCA, usada por Romeu Pinto Jr. para a intermediação teria enviado a propina paga pela Alstom, de contas secretas da empresa na Suíça. Depois uma empresa chamada Acqua Lux, que pertence a Sabino Indelicato, enviou mais suborno. Os investigadores suspeitam que Sabino Indelicato é laranja de Robson marinho.

À época da assinatura do contrato, abril de 1998, o secretário de Energia do Estado era Andrea Matarazzo, hoje vereador pelo PSDB na Câmara Municipal da capital. Ele nega agora, e sempre negou, ter recebido propina. O documento revelado hoje pela Folha de S.Paulo foi usado nos processos francês e suíço contra a Alstom.

Como vocês veem, o escândalo é velho. O problema é que eles não apuram nada. Mas atenção, esse é outro escândalo, paralelo, não o da Siemens, do trensalão,  que a gente está cansado de dar e cobrar investigação. Esse é da área energia.  Até agora não havia identificação de quem recebera a propina, de quem fora subornado. Agora um documento identifica, não nomes, mas as áreas da secretaria, da estatal para onde foi o dinheiro.




Blog do Zé Dirceu

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