terça-feira, 21 de janeiro de 2014

MP defende fechamento do Novo Jornal

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De acordo com o promotor André Luiz Garcia (esq.), da divisão de Combate ao Crime Organizado, a prisão preventiva de Marco Aurélio Carone (centro), dono do Novo Jornal, foi pedida porque ele estaria atacando testemunhas que seriam ouvidas em um processo contra ele; “De 11 pessoas arroladas na denúncia, ele mencionou (no Novojornal) simplesmente 10, dizendo que elas estavam vinculadas a práticas criminosas”, sustenta o promotor; decisão também determina que o site saia do ar e pede a apuração de como ele se mantém; deputado Rogério Correa (dir.), do PT, defende convocação de Carone pela Assembleia
21 de Janeiro de 2014 às 07:19

Minas 247 - A prisão do empresário Marco Aurélio Carone, dono do Novo Jornal, foi pedida, segundo o Ministério Público, porque ele estaria usando seu veículo de comunicação para achincalhar e intimidar testemunhas. “Ele (Carone) utilizava o fato de ser jornalista para tentar se acobertar alegando liberdade de imprensa. Como se isso fosse uma carta branca para cometer toda a sorte de crimes, publicando notícias inverídicas e tentando desmoralizar autoridades e instituições com o objetivo de facilitar a atuação dessa quadrilha”, denuncia o promotor André Luiz Garcia, da divisão de combate ao crime organizado. Para o promotor, o site funcionava “como uma arma na mão dele”, que era apontada para quem ele desejasse. “Foi assim durante vários anos até que a investigação envolvendo a quadrilha o pegou”, afirma Garcia.

O deputado petista Rogério Correa, no entanto, defende que Carone seja convocado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. “Assim que voltarmos do recesso, vamos convocá-lo para prestar depoimento na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia. Nesse caso, ele pode vir mesmo estando preso, para denunciar a perseguição promovida pelo PSDB de Minas contra seus adversários políticos”, defende o parlamentar.

Leia, abaixo, reportagem publicada pelo jornal Estado de Minas sobre a prisão de Carone:

Proprietário do Novojornal, Marco Aurélio Flores Carone, é preso por falsificação

Suspeito de integrar quadrilha, dono de jornal na internet também é acusado de intimidar testemunhas que seriam ouvidas em processo contra ele, segundo o Ministério Público

Daniel Camargos

O proprietário do Novojornal, Marco Aurélio Flores Carone, foi preso nessa segunda-feira, em Belo Horizonte. A prisão foi pedida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e acatada pela juíza substituta da Segunda Vara Criminal, Maria Isabel Fleck. De acordo com o promotor André Luiz Garcia, da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, a prisão preventiva foi pedida porque Carone estaria atacando testemunhas que seriam ouvidas em um processo contra ele. “De 11 pessoas arroladas na denúncia, ele mencionou (no Novojornal) simplesmente 10, dizendo que elas estavam vinculadas a práticas criminosas”, sustenta o promotor. A decisão também determina que o site da publicação saia do ar.
 
Para o promotor Garcia, o Novojornal funciona como uma fachada para práticas de delitos contra a honra. Além disso, ele acusa Carone de integrar uma quadrilha comandada por Nilton Monteiro, que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Monteiro é tratado como lobista e especialista em falsificação de documentos, entre eles, a Lista de Furnas, com nomes de políticos que teriam recebido recursos da empresa para a campanha eleitoral de 2002.
“Ele (Carone) utilizava o fato de ser jornalista para tentar se acobertar alegando liberdade de imprensa. Como se isso fosse uma carta branca para cometer toda a sorte de crimes, publicando notícias inverídicas e tentando desmoralizar autoridades e instituições com o objetivo de facilitar a atuação dessa quadrilha”, denuncia o promotor. “Era a mesma coisa que um traficante preso transportando drogas alegar que não podia ser preso, por que ele tem o direito de ir e vir”, compara.

O advogado de Carone, Hernandes Purificação de Alecrim, afirmou que está analisando o processo e preferiu não se posicionar. Carone é de uma família com tradição política na capital mineira. Seu pai, Jorge Carone, foi prefeito da capital em 1962 e a mãe, Nísia Flores Carone, foi deputada federal. O irmão, Antônio Carlos Carone, foi vereador em Belo Horizonte entre 1977 e 1988. O Novojornal, que começou em versão impressa, mas nos últimos anos é veiculado somente na internet, publicava denúncias constantes contra o grupo político que comanda Minas Gerais. Entre os alvos prediletos de Carone estão o senador Aécio Neves (PSDB), o secretário de Governo Danilo de Castro (PSDB) e o ex-governador e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB).

Para o promotor, o site funcionava “como uma arma na mão dele”, que era apontada para quem ele desejasse. “Foi assim durante vários anos até que a investigação envolvendo a quadrilha o pegou”, afirma Garcia. Há um mês, o carro do promotor foi incendiado no Bairro Serra. Ele informou que aguarda a conclusão da investigação da Polícia Civil. “Mas não há dúvida que existe suspeita sobre essa quadrilha”, afirmou o promotor.

‘BALCÃO DE NEGÓCIOS’ 
A relação entre Monteiro e Carone se dava da seguinte maneira, segundo o promotor: “Muitas  
coisas que o Nilton Monteiro iria falsificar eram publicadas de antemão pelo site (Novojornal), relatando que isso viria a ser feito”. De acordo com a decisão da juíza: “O grupo de delinquentes tem como líder a pessoa de Nilton Monteiro, atualmente preso, e como relações públicas o indivíduo que se passa por jornalista de nome Marco Aurélio Flores Carone, responsável pelo site Novojornal, que nada mais é senão um balcão para os negócios do bando”.

O promotor afirma que o Novojornal recebia cerca de R$ 60 mil por mês e que o objetivo da investigação é descobrir quem são os patrocinadores. Garcia oferecerá a Carone, que está preso no Ceresp da Gameleira, o benefício da delação premiada, caso ele entregue quem são os financiadores. A prisão preventiva pode durar até 90 dias. A denúncia do MP acusa Carone de sete crimes: falsificação de documentos públicos e particulares, fraude processual, denunciação caluniosa, uso de documentos falsos, formação de quadrilha e falsidade ideológica.



Brasil 247

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