Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSBD) diz
que episódio que ocorreu na campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo,
em 1998, em MG, não se compara ao chamado “mensalão do PT” porque “foi,
eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral e não compra
sistemática de apoio para o governo no Congresso”; sobre o propinotudo
em SP, ele vê manipulação política por falta de provas contra o PSDB,
sem citar suborno da Alstom a Andrea Matarazzo; quanto ao PT, diz que
torce para qualquer candidato que derrote Dilma Rousseff e que “Lula, de
botar tanto poste sem luz, pode acabar escurecendo o Brasil”
247 – No momento em que mensalão tucano começa a
prescrever para pivôs do esquema, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso reconhece que caso foi “apenas caixa dois” do PSDB.
Em entrevista ao blog de Josias de Souza,
FHC diz que episódio que ocorreu na campanha pela reeleição de Eduardo
Azeredo, em 1998, em Minas Gerais foi diferente do chamado mensalão do
PT, que terminou com a prisão de dirigentes do partido como José Dirceu e
José Genoino: “No caso de Minas Gerais, na época, eu fui dos poucos que
disse que era preciso uma explicação. Agora, vamos qualificar. O que
houve em Minas Gerais foi o que o Lula disse que era natural. Foi,
eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral. Não é
perdoável, mas é diferente do mensalão. O mensalão foi compra
sistemática de apoio para o governo no Congresso.” FHC disse esperar que
o STF julgue o caso com o mesmo rigor que aplicou no julgamento da ação
penal 470.
Ao ser questionado sobre o propinoduto, outro escândalo tucano em
gestões do partido em São Paulo desde Mario Covas (1998), o
ex-presidente também cobrou investigação, sem, no entanto, citar o
vereador Andrea Matarazzo. Influente nome do PSDB-SP, ele foi citado em
depoimento da Siemens e da Alstom como um dos beneficiários do pagamento
de propina para garantir contratos de trem e metrô em SP. “Acho que tem
que ser apurado. Se trata de surborno, parece óbvio, de funcionários.
Qual é o elo disso com o governador ou com o partido? Eu não vi nem
indício. É corrupção, é condenável, mas não foi para o PSDB. Não
apareceu, pelo menos até hoje, nenhum dado que diga: esse dinheiro foi
usado pelo PSDB. Não foi. É outra coisa. É corrupção, condenável. O PSDB
tem que explicar isso. Roubou? Vai pra cadeia. Mas acho que no caso de
São Paulo está havendo manipulação política…”.
Sobre as eleições de 2014, FHC diz torcer para qualquer candidato que
derrote a presidente Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo
Campos (PSB): “Não estou pensando partidariamente, estou pensando
historicamente. Está na hora. O Brasil precisa arejar”. Para ele, a
população está sentindo que está na hora de mudar. “Essa eleição só será
ganha pela oposição se alguém da oposição, seja quem vier a ser, tiver
coragem de dizer as coisas como elas são, com simplicidade.”
Ele diz que, depois dos “postes” Dilma e Fernando Haddad, ele não
receia que o ex-presidente Lula consiga fazer de Alexandre Padilha
governador de São Paulo: “Eu tenho receio de outra coisa. Que o Lula, de
botar tanto poste sem luz, acabe escurecendo o Brasil. É preciso evitar
isso”.
Brasil 247
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