Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff passa o dia hoje (2) em Lima,
no Peru, onde participa da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo
América do Sul–Países Árabes (Aspa). Dilma chegou de madrugada à capital
peruana para o encontro, o primeiro entre os líderes das duas regiões
desde o início da chamada Primavera Árabe – quando vieram à tona
protestos populares em favor da democracia e da liberdade em vários
países de maioria muçulmana.
Ao discursar na 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova
York, na semana passada, a presidenta foi aplaudida ao condenar o
preconceito contra os muçulmanos. Ela também criticou os ataques às
representações diplomáticas norte-americanas e de aliados.
Hoje, no fim do dia, será divulgada uma declaração conjunta, na qual
os 32 representantes do grupo – dois estão suspensos: Paraguai e Síria –
se manifestam sobre os principais temas em discussão no momento. Dilma
será a segunda a discursar na abertura do evento, depois apenas do
secretário-geral da Liga Árabe (que reúne 22 países), Nabil Elarabi.
No documento final deverão constar uma crítica à onda de violência
na Síria, que completa 19 meses com o registro de mais de 25 mil mortos,
os ataques contra representações diplomáticas como reação a um filme
anti-Islã, produzido nos Estados Unidos, além da defesa do direito dos
palestinos a um Estado autônomo e independente.
Idealizador da Aspa em 2003, o Brasil é destaque por servir de
exemplo a países árabes e sul-americanos nos esforços para o combate à
pobreza e nas ações de inclusão social. Os programas de transferência de
renda e de ações de preservação e garantia das minorias, inclusive em
favor da igualdade de gênero, são examinados pelas autoridades das duas
regiões e adaptados por muitos países.
Na declaração conjunta devem ser destacados os avanços políticos
obtidos no Egito com as eleições presidenciais livres, depois de mais de
três décadas de gestão do ex-presidente Hosni Mubarak, e as eleições
parlamentares na Líbia, após o fim do governo do ex-líder Muammar
Khadafi.
Há ainda articulações paralelas relativas às parcerias econômicas e
financeiras, de desenvolvimento sustentável, envolvendo medidas
relativas à desertificação e às mudanças climáticas, além de acordos
culturais e de ciência, tecnologia e inovação.
No total, a união entre os países sul-americanos e árabes representa
um Produto Interno Bruto (PIB) agregado de aproximadamente US$ 5,4
trilhões e envolve uma população estimada em 750 milhões de habitantes.
De 2005 a 2011, o intercâmbio comercial entre as duas regiões passou de
US$ 13,6 bilhões para US$ 27,4 bilhões, registrando aumento de 101,7%.
Agência Brasil
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