terça-feira, 16 de julho de 2013

A retomada de nossa industria naval é consistente





Por junior50

Comentário ao post "As mudanças na indústria naval"

Nassif, nem para PMD, muito menos para euforia, o melhor é ser realista e esperançoso com consciência.

A retomada de nossa industria naval é consistente, isto é inegavel, afinal estavamos estacionados e sucateados, e com as novas joint-ventures com estaleiros internacionais, aprendemos novas técnicas de construção naval, retornamos ao chamado "estado da arte", notadamente no caso das embarcações de apoio off-shore, plataformas e petroleiros - Mas esta é apenas a 1.a Fase, agora vem a parte mais dificil e custosa do processo, que demanda muito mais investimento em tecnologia e inovação, o "recheio" das embarcações, os chamados na industria de " long-lead itens".

Talvez as pessoas não saibam, mas nos navios da classe Celso Furtado/João Candido, e nos FPSO e Plataformas, mais de 70% dos itens tecnológicos (grupos eletromecanicos, grupos de manobra e governo,eletronicos, radios, sistemas, conjuntos propulsores), são importados "turn-key", nos que conheço melhor, caso da classe NT Celso Furtado, de 30 itens - somente 2 são nacionais. Ou seja, sem estes equipamentos, dos quais somos dependentes, uma embarcação nada mais é do que uma estrutura flutuante, que de nada serve.

Estes long-lead itens, são estabelecidos no contrato original, entre o estaleiro-lider e o armador (Transpetro), e sub-contratados aos fornecedores, e enviados ao estaleiro-lider, de acordo com o scheduler da montagem da embarcação, antes de suas "provas de mar" e "protocolo de aceitação" (mudança de bandeira, do estaleiro para a do armador).

É bom saber que, uma parte desta 2a etapa, foi conseguida por nossos engenheiros e técnicos, a "integração" dos sistemas propulsores foi realizada aqui, em Pernambuco, pois a MAN-DOOSAN (fornecedora do conjunto propulsor), fez uma "cagada" no João Candido (muito explorada erroneamente pela imbecil midia tupiniquim), e teve que abrir todo o conjunto, inclusive suas interações eletromecanicas e de governo, para o nosso pessoal, que resolveu o problema, e aprendeu bastante - ficou com a expertise, não dependendo mais dos coreanos e de seus parceiros alemães.

Que todos estes sistemas venham a ser fabricados ou montados aqui, seria um delirio, pois não possuimos demanda para tanto, mas o importante, até fundamental para nossa independencia, é trazer toda a integração dos variados sistemas para nossas mãos.
Com certeza, esta etapa de integração, já está sendo conseguida.



Blog do Luis Nassif

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