Por junior50
Comentário ao post "As mudanças na indústria naval"
Nassif, nem para PMD, muito menos para euforia, o melhor é ser realista e esperançoso com consciência.
A retomada de nossa industria naval é consistente, isto é inegavel,
afinal estavamos estacionados e sucateados, e com as novas
joint-ventures com estaleiros internacionais, aprendemos novas técnicas
de construção naval, retornamos ao chamado "estado da arte", notadamente
no caso das embarcações de apoio off-shore, plataformas e petroleiros -
Mas esta é apenas a 1.a Fase, agora vem a parte mais dificil e custosa
do processo, que demanda muito mais investimento em tecnologia e
inovação, o "recheio" das embarcações, os chamados na industria de "
long-lead itens".
Talvez as pessoas não saibam, mas nos navios da classe Celso
Furtado/João Candido, e nos FPSO e Plataformas, mais de 70% dos itens
tecnológicos (grupos eletromecanicos, grupos de manobra e
governo,eletronicos, radios, sistemas, conjuntos propulsores), são
importados "turn-key", nos que conheço melhor, caso da classe NT Celso
Furtado, de 30 itens - somente 2 são nacionais. Ou seja, sem estes
equipamentos, dos quais somos dependentes, uma embarcação nada mais é do
que uma estrutura flutuante, que de nada serve.
Estes long-lead itens, são estabelecidos no contrato original, entre o
estaleiro-lider e o armador (Transpetro), e sub-contratados aos
fornecedores, e enviados ao estaleiro-lider, de acordo com o scheduler
da montagem da embarcação, antes de suas "provas de mar" e "protocolo de
aceitação" (mudança de bandeira, do estaleiro para a do armador).
É bom saber que, uma parte desta 2a etapa, foi conseguida por nossos
engenheiros e técnicos, a "integração" dos sistemas propulsores foi
realizada aqui, em Pernambuco, pois a MAN-DOOSAN (fornecedora do
conjunto propulsor), fez uma "cagada" no João Candido (muito explorada
erroneamente pela imbecil midia tupiniquim), e teve que abrir todo o
conjunto, inclusive suas interações eletromecanicas e de governo, para o
nosso pessoal, que resolveu o problema, e aprendeu bastante - ficou com
a expertise, não dependendo mais dos coreanos e de seus parceiros
alemães.
Que todos estes sistemas venham a ser fabricados ou montados aqui,
seria um delirio, pois não possuimos demanda para tanto, mas o
importante, até fundamental para nossa independencia, é trazer toda a
integração dos variados sistemas para nossas mãos.
Com certeza, esta etapa de integração, já está sendo conseguida.
Blog do Luis Nassif
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