Ministro da Educação diz que corporativismo de
entidades médicas era esperado pelo governo diante do plano Mais Médicos
para o Brasil; "Deu certo na Bélgica, na Inglaterra e na Suécia",
enumerou Aloizio Mercadante ao 247, sobre medida provisória para
contratar médicos estrangeiros; a respeito da obrigatoriedade de estágio
de dois anos no SUS para tirar diploma de Medicina, lembra que ideia já
era defendida por ex-ministro Adib Jatene; "Conselho Nacional de
Educação vai debater o tema por 180 dias. Não há autoritarismo nenhum.
Dá tempo para o Brasil amadurecer e debater com profundidade",
acrescentou
247 – O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, já esperava uma reação forte de entidades médicas e até
mesmo do meio acadêmico sobre as propostas centrais do programa Mais
Médicos para o Brasil. "Não há autoritarismo nenhum", disse o ministro
ao 247. "Dá tempo suficiente para o Brasil amadurecer e debater com
profundidade a necessidade de termos mais médicos para a população",
completou. Ele lembrou que o Conselho Nacional de Educação vai debater a
obrigatoriedade de um estágio de dois anos na rede do SUS, após a
conclusão da faculdade de Medicina, para a obtenção do diploma, durante
180 dias "A medida é só para 2015 Para os que se formam agora e em 2014
não muda nada"
Como reação ao anúncio, a Federação Nacional dos Médicos e a
Associação Médica Brasileira condenaram, em nota, a proposta de tornar
obrigatório o estágio de dois anos no SUS para a obtenção do diploma de
Medicina. O diretor da Universidade Federal Fluminense, José Carlos
Trugilho, afirmou que o ministro fizera o "AI-5" da regulamentação da
profissão.
INGLATERRA, BÉLGICA E SUÉCIA - O ministro coloca
esse tipo de reação na prateleira do corporativismo da classe médica. "O
Congresso vai poder debater a medida provisória sobre a contratação de
médicos estrangeiros", assinalou Mercadante. "As experiências exitosas
da Inglaterra, Bélgica e Suécia mostram que estamos no caminho certo". O
instrumento da MP foi justificado pela pressa que o governo tem para
povoar os rincões com profissionais de Medicina. "O importante é atender
a população", frisou.
Quanto ao "segundo ciclo", como o ministro se refere à iniciativa de
estabelecer dois anos de estágio no SUS para a obtenção do diploma de
Medicina, a partir de 2015, ele igualmente aponta para o momento mais
adequado para o debate. "Esse tema vai ser discutido por 180 dias no
Conselho Nacional de Educação, todos vão poder se pronunciar", diz. Ele
tem uma lembrança na ponta da língua: o ex-ministro Adib Jatene foi um
dos primeiros defensores da passagem obrigatória pelo SUS para a
formação médica.
Mercadante frisou que, ao lado da implantação do segundo ciclo, o
governo estará abrindo, até 2017, 3,6 mil vagas em escolas federais de
Medicina "É o dobro de tudo o que o País abriu até hoje", acentua. O
número de municípios com faculdades médicas subirá de atuais 57 para
117. "Essa é a área estruturante do plano Mais Médicos para o Brasil",
assinala o ministro.
Brasil 247
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