23/07/2013
Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A nanociência, representada em filmes como o Homem de Ferro 3 e A Viagem Fantástica,
deixou as telas de cinema para tornar-se realidade, por exemplo, na
pesquisa de novos medicamentos para tratamento de diabetes, dores
crônicas, náuseas, hipertensão e anticoncepcionais. Em 1940, o cientista
Albert Sabin, criador da vacina contra a poliomielite, já pesquisava o
uso de nanopartículas de ouro no tratamento de reumatismo.
A tecnologia avançada permitirá que pacientes não precisem mais
ingerir medicamentos em forma de comprimidos ou aplicar injeções. Já
estão no mercado os remédios transdérmicos, administrados por aplicações
diretas ou por adesivos que liberam a substância de modo constante. A
principal vantagem é a de eliminar ou reduzir os efeitos colaterais.
“Em pouco tempo não vamos precisar tomar mais nada por via oral. No
futuro todos os medicamentos serão transdérmicos. Quando a pessoa
estiver com dor de cabeça, vai passar o medicamento na têmpora e a dor
vai melhorar. No futuro, não vai precisar mais engolir um remédio”,
explica o professor de biotecnologia no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará, Marco Botelho.
Segundo Botelho, há estudos para que a aplicação de insulina em
pacientes com diabetes dispensem o uso de agulha para dar lugar ao
remédio transdérmico. O tratamento de tumores também pode ser
beneficiado, com o uso de medicamentos inteligentes, em doses muito
menores, que reconhecem e atacam diretamente o tecido doente. Tudo isso é
fruto da nanotecologia, explicou.
O avanço nos estudos da ciência também abriu caminho para os
nanocosméticos. Atualmente, o setor empresarial já oferece produtos de
preenchimento de rugas por meio de micropartículas de rejuvenescimento,
protetor solar mais potente e maquiagem com brilho diferenciado.
A Agência Brasileira de Inovação - antiga Finep - tem em curso, uma
chamada pública no valor de R$ 30 milhões para o desenvolvimento de
produtos ou processos inovadores. O edital voltado para a
nanotecnologia, prevê R$ 8 milhões em pesquisas na área higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos.
De acordo com o coordenador de micro e nanotecnologias do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, o Brasil é o
segundo mercado de produtos cosméticos e de higiene pessoal no mundo. “É
uma área de muito sucesso. Temos várias empresas produzindo e
comercializando produtos na área de nanocosméticos. Tem muitos grupos de
pesquisas ativos e é uma área que tem impacto econômico muito grande”,
analisa.
No país, o grupo Boticário investe 2,5% de seu faturamento anual em
pesquisas na área de nanotecnologia. A empresa trabalha com estudos no
setor desde 2002 e já tem no mercado produtos anti-idade e filtros
solares que atuam na redução de rugas.
“Com a evolução das pesquisas, chegamos também ao pioneirismo da
triplananotecnologia, que tem como diferencial a chamada “liberação
direcionada”, ou seja, as minúsculas partículas de ingredientes ativos
penetram nas diferentes camadas da pele de acordo com a necessidade de
cada uma delas”, explica o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do
grupo, Richard Schwarzer.
Agência Brasil
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