Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A presidenta Dilma Rousseff e o prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad, anunciaram hoje (31), na capital paulista, a destinação
de R$ 8 bilhões para mobilidade urbana. "É a primeira vez que
anunciamos de forma concentrada esse montante de recursos. E anunciamos a
possibilidade de essas obras ocorrerem em curto prazo", destacou a
presidenta.
Haddad ressaltou a importância da parceria com o governo federal.
"Testemunhei o esforço em feito pela Federação em proveito dos
investimentos necessários para melhoria das condições de vida da
população e das cidades, contemplando estados e municípios com muitos
investimentos".
De acordo com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, serão
destinados R$ 3 bilhões exclusivamente para corredores de ônibus e
terminais de integração. Além disso, um total de R$ 1,4 bilhão será
destinado para drenagem, R$ 2,2 bilhões vão para recuperação de
mananciais e R$ 1,5 bilhão para construção de moradias do Programa Minha
Casa, Minha Vida.
"Estamos colocando R$ 1,5 bilhão em moradias do Minha Casa, Minha
Vida, beneficiando 20 mil famílias. Viabilizar moradias dignas para a
população é o que distingue obras sustentáveis de obras não
sustentáveis", reforçou Dilma.
A presidenta destacou que os investimentos na melhoria dos
mananciais de água contemplam a recuperação das represas Billings e
Guarapiranga, complementando investimentos. Ela ressaltou que as obras
de drenagem garantem a mobilidade do cidadão no município.
Dilma lembrou ainda que o governo desonerou a folha de pagamento das
empresas de transporte coletivo, o que gerou 7,23% a menos no custo das
tarifas. "Estamos propondo uma reunião de todos os setores da
mobilidade urbana para discutir a planilha de custos, que precisa ser
revista, pois é antiga."
O ministro das Cidades destacou que esses investimentos refletem "os
que as ruas apontavam, mas que o seu governo [da presidenta Dilma] já
trabalhava nisso". Ribeiro fez referências às manifestações ocorridas em
junho, que começaram em São Paulo com a reivindicação da redução da
tarifa de transporte público. Os protestos se espalharam para diversas
cidades no país. Ele informou que 30% dos R$ 89 bilhões em investimentos
em mobilidade urbana no país estão na capital paulista.
Segundo Haddad, é difícil investir porque há obstáculos
institucionais, leis, órgãos de controle e ritos que devem ser seguidos.
"A maior frustração é anunciar um empreendimento e não vê-lo se
realizar. O maior desafio hoje pra a administração pública é colocar os
interesses os cidadãos acima dos interesses partidários, deixar
divergências do período eleitoral", disse. "Fizemos parcerias com o
governo do estado e estamos anunciando aqui talvez o maior pacote de
medidas na área de mobilidade urbana", completou.
O prefeito disse ainda ser um erro acreditar que, por São Paulo ser
uma cidade de grandes dimensões e de importância para ao país, não
precisa de investimentos ou parcerias. "O maior equívoco do passado foi
acreditar que nossa grandeza nos dava a possibilidade de isolamento.
Temos que nos alinhar, buscar parceria para crescer ainda mais, porque o
sucesso de São Paulo faz parte do sucesso do Brasil e vice-versa".
Agência Brasil
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