Como é de costume, os jornais continuam
dando destaque para as análises de economistas alinhados ao PSDB. Nesse
fim de semana, o Estado de S. Paulo publicou entrevista com Persio
Arida, sócio do banco BTG Pactual e um dos colaboradores do governo
Fernando Henrique Cardoso.
Arida defende propõe "uma
política mais decididamente liberal e menos intervencionista, mais
pró-mercado". Diz que o Brasil cobra impostos como se fosse a
Inglaterra, mas não investe quase nada como contrapartida. E diz
acreditar que o país perdeu seu potencial de crescimento.
Ele
prega corte de gastos, fim dos subsídios a empresas privadas, contenção
do crédito nos bancos públicos, acordos comerciais com os Estados
Unidos, Europa e Ásia e abandono do MERCOSUL.
Persio
Arida quer uma volta ao passado, como se isso fosse possível. No Brasil e
no mundo, a desregulamentação e a privatização que ele prega, o Estado
mínimo, já deram errado.
Agora a Europa paga o preço,
enquanto os Estados Unidos – de novo apoiado na força do dólar, na
militar e na tecnológica – resolvem às custas do mundo, com expansão
monetária e desvalorização da moeda enquanto interessa, já que agora
acena com o fim dos estímulos e a valorização do dólar.
É
uma mentira que depõe contra um professor e um profissional como Persio
Arida dizer à sociedade que pagamos impostos e não temos retorno.
Temos, sim; a Previdência, a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), o
Bolsa Família e os demais programas sociais, como o Minha Casa Minha
Vida, os subsídios e desonerações sociais, a saúde e o sistema SUS, a
educação pública e gratuita, fundamental e média, as escolas técnicas.
E
também o Sistema S, o salário-desemprego, o FGTS, o FAT, a justiça e a
segurança pública, a defesa nacional, que melhora a cada ano e está
exposta e submetida ao julgamento popular nas eleições, à fiscalização
dos órgãos do Estado e à da imprensa e do cidadão.
Fácil
pregar acordos com os Estados Unidos e Europa. Difícil fazê-los sem
liquidar nossa indústria e submeter nossa economia aos interesses deles.
E o que seria do país sem os bancos públicos na
crise de 2008-09 e agora? Cumprem os bancos privados seu papel nesses
momentos? Evidentemente que não, já que a liquidez desaparece e os
próprios bancos, como aconteceu nos Estados Unidos e Europa, são
liquidados ou socorridos pelo Estado.
Cortar gastos e subsídios é o que a Europa esta fazendo e o resultado todos conhecem: desemprego, recessão e ruptura social.
Blog do Zé Dirceu
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