Eu soube que meu neto de 16 anos, Abduirhman –
um cidadão norte-americano –, foi morto por um drone norte-americano. Um
míssil matou-o, assim como seu primo e pelo menos outras cinco pessoas,
enquanto eles estavam jantando em um restaurante ao ar livre, no sul do
Iêmen”.
Quem relata é Nasser al-Awalaki, que foi ministro da
Agricultura do Iêmen, em artigo publicado sexta-feira (19), no
International Herald Tribune. Ele revela que dois anos depois o governo
dos EUA ainda se recusa a explicar por que Abduirhman foi assassinado.
Até que em maio deste ano Obama disse que ele era o responsável por sua
morte.
Abduirhman nasceu em Denver, onde viveu até os sete anos,
indo em seguida com seu avô no Iêmen. Em 2010, o governo Obama colocou o
pai dele, Anwar, filho de Nasser, também cidadãos norte-americanos, na
“kill list” da CIA e do Pentágono, com acusações de terrorismo, mas sem
qualquer processo que fundamentasse essas acusações. Um drone matou-o
pouco depois no sul do Iêmen.
“Um país que acredita que não tem
nem necessidade de responder por matar a seus próprios cidadãos não é o
país que eu conheci”, acrescenta Nasser. Depois da morte dos dois, ele
demandou o Judiciário dos EUA, mas recebeu a resposta de que o projeto
dos drones estava além de qualquer ação do Judiciário.
“O
governo matou um garoto norte-americano de 16 anos. Deveria ele pelo
menos explicar por quê?” – termina Nasser em seu artigo desesperado.
Carta Maior
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