Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os dados apresentados hoje (29) pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre o Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDHM) mostram “melhora significativa” nos indicadores
brasileiros, segundo o coordenador do sistema Nações Unidas (ONU) no
Brasil e representante do Pnud no país, Jorge Chediek.
Na comparação entre os dados de 1991 e 2010, o IDHM no Brasil subiu
de 0,493 para 0,727, avanço de 47,5% em duas décadas. O índice considera
indicadores de longevidade, renda e educação e varia de 0 a 1. Quanto
mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento do município.
Na avaliação do representante na ONU, nos últimos 20 anos, o país
registrou “progresso impressionante” na redução das desigualdades e
melhoria do desenvolvimento humano.
“Olhamos o Brasil como exemplo de
país que tinha passivos históricos de desigualdade econômica, regional
e racial. O relatório mostra que, com uma ação clara e forte compromisso
da política pública, é possível atacar desigualdades históricas em
pouco tempo”, avaliou.
O IDHM faz parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013,
ferramenta online de consulta do índice municipal e de mais 180
indicadores, construídos com base nos Censos de 1991, 2000 e 2010. O
atlas foi produzido pelo Pnud em parceria com Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
Depois de mapear indicadores do 5.565 municípios, a próxima etapa do
levantamento, segundo Chediek, será agrupar com maior nível de
detalhamento dados das 14 maiores regiões metropolitanas do país. Além
disso, o Pnud deverá lançar um relatório com análise qualitativa das
informações – e não apenas quantitativa – com sugestões para elaboração
de políticas públicas.
“Os atlas podem e devem ser usados com instrumentos para o
planejamento. O documento dá dicas do que precisa ser feito. Gostaríamos
que virasse um instrumento para construção de um país melhor, baseado
em informações fortes”, sugeriu o representante da ONU.
O ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos e
presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo
Neri, disse que o IDHM é um indicador de muita relevância para a
população, por fornecer informações sobre o local onde elas vivem e por
agrupar todas etapas do ciclo da vida na composição do índice. “O IDHM é
só um começo. O trabalho tem pelo menos mais 770 outros indicadores que
vão permitir captar e entender outras dimensões”, disse, em referência a
outros dados disponíveis no atlas.
Agência Brasil
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