Sem mobilização e luta popular, não haverá plebiscito sobre a reforma
política. A oposição, capitaneada pelo trio FHC-Aécio-Serra está
contra; o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), diz que a bancada
votará contra, ou a sua maioria; o presidente da Câmara, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), propõe uma comissão para fazer a reforma na
Câmara e depois um referendo; no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal
Superior Eleitoral, um ministro vira ativista político contra o
plebiscito.
Os mesmos que exigem ações do governo federal
para atender todas as demandas populares, não dos seus governos nos
Estados e municípios; os mesmos que aprovam a toque de caixa, com medo
das manifestações, leis de caráter populista e demagógico como a do
passe livre para todos, para os que têm renda, ou a lei que transforma a
corrupção em crime hediondo, quando o próprio STF já declarou
inconstitucional parte da lei que o instituiu para outros crimes.
Os
mesmos que na mídia clamam pelo atendimento de todas as reivindicações
populares e já agora são contra o plebiscito. O povo que está nas ruas
pode reivindicar tudo, menos decidir sobre o poder político, sobre
aquilo que ele tem soberania natural, sobre sua Constituição e sobre
como eleger o Poder Legislativo, o poder dos poderes.
Querem
usar o povo que está nas ruas para seus objetivos políticos, eleitorais,
como massa de manobra para fazer oposição ao governo Dilma, para tirar
do poder o PT, para pôr fim às políticas e aos programas sociais, de
distribuição de renda, de defesa do Brasil. Democracia só quando é para
atender os interesses que representam, da elite. Quando o povo quer
participar e decidir, não vale.
É preciso lembrar ao povo
como governaram o Brasil os que hoje cinicamente atacam o governo Dilma,
o PT e o ex-presidente Lula. Lembrar os anos FHC, o desemprego, com o
país quebrado duas vezes, a privataria, o escândalo da reeleição – com a
qual agora querem acabar –, o câmbio fixo que arruinou nossa indústria,
os juros altos (de 27,5% reais ao ano) que dobraram a nossa dívida
interna, que agora nos custa 5% do PIB, que falta na educação e na
saúde, nos investimentos em inovação e tecnologia, em saneamento e
mobilidade urbana.
Blog do Zé Dirceu
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