sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Abril abraça aliança entre Eduardo Campos e Marina

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Sem rodeios, a revista Exame, da Editora Abril, que também edita Veja, crava: "A nova oposição e a economia"; no texto, afirma-se que a nova chapa pode "elevar o padrão da discussão econômica do País"; revista dos Civita defende seis pontos na agenda econômica da dupla Campos-Marina: (1) independência do Banco Central, (2) mais privatizações, (3) salários maiores para os professores, (4) meritocracia no serviço público, (5) licenças ambientais mais ágeis (o que pode ser um problema na convivência entre os dois personagens) e (6) mais abertura ao comércio exterior; para a revista, Dilma representa "a mão forte do Estado", sendo herderia do modelo lulista, que, segundo os Civita, teria fracassado, a despeito da situação de pleno emprego
11 de Outubro de 2013 

247 - A revista Exame, da Editora Abril, não fez rodeios. Dias depois do anúncio da aliança entre Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, dedicou sua capa ao pacto político, falando sobre "a nova oposição e a economia". O que significa declarar que a própria Abril, da família Civita, tem a esperança de que Campos e Marina abracem suas teses mais liberais e, com elas, liderem um discurso antagônico ao do PT e da presidente Dilma Rousseff.

Na reportagem, assinada pelos jornalistas Daniel Barros e Humberto Maia Júnior, Exame lista seis pontos da agenda, que, segundo a revista, deveria ser encampada pelo governador pernambucano e pela ex-senadora. Eles seriam:

1) A independência formal do Banco Central, garantida por lei. O que daria aos diretores do BC mais autonomia para definir as taxas de juros.

2) Mais privatizações. O governo, em vez de definir a taxa de retorno das concessões, deveria se preocupar apenas em garantir competição aos leilões, segundo Exame.

3) Salários maiores para os professores e mais escolas em tempo integral.

4) Meritocracia no serviço público, com servidores remunerados e premiados ao atingir metas.

5) Licenças ambientais menos burocráticas – o que, segundo Exame, será um problema na relação entre Campos e Marina.

6) Mais abertura comercial, com acordos fora do Mercosul.

A reportagem traz ainda uma entrevista com Eduardo Giannetti da Fonseca, que seria um dos gurus econômicos de Marina (outro é André Lara Resende, que também defende um modelo mais liberal, leia aqui). Segundo ele, com Lula e Dilma, o Brasil teria mergulhado numa "espiral intervencionista". Dilma, para Exame, representa a "mão forte do Estado".

No entanto, liderar o discurso oposicionista pela economia não será tão simples num país como o Brasil, que, hoje, vive uma situação de pleno emprego. Além disso, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios, a Pnad, mostrou forte expansão da renda e do consumo das famílias no ano passado.  Ou seja: há uma sensação de bem-estar material que, como a própria revista reconhece, faz da presidente Dilma a favorita para a disputa de 2014.



Brasil 247

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