Sem rodeios, a revista Exame, da Editora Abril,
que também edita Veja, crava: "A nova oposição e a economia"; no texto,
afirma-se que a nova chapa pode "elevar o padrão da discussão econômica
do País"; revista dos Civita defende seis pontos na agenda econômica da
dupla Campos-Marina: (1) independência do Banco Central, (2) mais
privatizações, (3) salários maiores para os professores, (4)
meritocracia no serviço público, (5) licenças ambientais mais ágeis (o
que pode ser um problema na convivência entre os dois personagens) e (6)
mais abertura ao comércio exterior; para a revista, Dilma representa "a
mão forte do Estado", sendo herderia do modelo lulista, que, segundo os
Civita, teria fracassado, a despeito da situação de pleno emprego
247 - A revista
Exame, da Editora Abril, não fez rodeios. Dias depois do anúncio da
aliança entre Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, da Rede
Sustentabilidade, dedicou sua capa ao pacto político, falando sobre "a
nova oposição e a economia". O que significa declarar que a própria
Abril, da família Civita, tem a esperança de que Campos e Marina abracem
suas teses mais liberais e, com elas, liderem um discurso antagônico ao
do PT e da presidente Dilma Rousseff.
Na reportagem, assinada pelos
jornalistas Daniel Barros e Humberto Maia Júnior, Exame lista seis
pontos da agenda, que, segundo a revista, deveria ser encampada pelo
governador pernambucano e pela ex-senadora. Eles seriam:
1) A independência formal do Banco
Central, garantida por lei. O que daria aos diretores do BC mais
autonomia para definir as taxas de juros.
2) Mais privatizações. O governo, em
vez de definir a taxa de retorno das concessões, deveria se preocupar
apenas em garantir competição aos leilões, segundo Exame.
3) Salários maiores para os professores e mais escolas em tempo integral.
4) Meritocracia no serviço público, com servidores remunerados e premiados ao atingir metas.
5) Licenças ambientais menos burocráticas – o que, segundo Exame, será um problema na relação entre Campos e Marina.
6) Mais abertura comercial, com acordos fora do Mercosul.
A reportagem traz ainda uma
entrevista com Eduardo Giannetti da Fonseca, que seria um dos gurus
econômicos de Marina (outro é André Lara Resende, que também defende um
modelo mais liberal, leia aqui).
Segundo ele, com Lula e Dilma, o Brasil teria mergulhado numa "espiral
intervencionista". Dilma, para Exame, representa a "mão forte do
Estado".
No entanto, liderar o discurso
oposicionista pela economia não será tão simples num país como o Brasil,
que, hoje, vive uma situação de pleno emprego. Além disso, a Pesquisa
Nacional de Amostra por Domicílios, a Pnad, mostrou forte expansão da
renda e do consumo das famílias no ano passado. Ou seja: há uma
sensação de bem-estar material que, como a própria revista reconhece,
faz da presidente Dilma a favorita para a disputa de 2014.
Brasil 247
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