19 de maio de 2014 | 20:10 Autor: Fernando Brito
Soube que a senadora Ana Amélia (PP-RS) , cortejada por Aécio Neves,
anda fazendo campanha no Rio Grande do Sul dizendo que os agricultores
fizeram a sua parte, na grande safra gaúcha, mas que o Governo não fez a
dele.
A senadora poderia recordar que foi jornalista e informar-se melhor.
No último ano de Fernando Henrique, o crédito rural recebeu R$ 21,7 bilhões (aqui, o documento oficial do Ministério da Agricultura, à época). Corrigido pelo IGP-M acumulado desde então (143%) , corresponderia, hoje, a R$ 54 bilhões.
O valor do financiamento agrícola anunciado hoje pela Presidenta
Dilma Rousseff, de R$ 156 bilhões, representa, portanto, o triplo – já
descontada a inflação – do que o tucanato injetava na produção agrícola.
Os juros, em 2002/2003 eram de 8,75%. Agora, variam entre 4% e 6,5%.
Para a agricultura familiar, o que era um crédito de R$ 2,2 bilhões
em 2002 ( r$ 5,37 bi, corrigidos) passou para R$ 21 bilhões no ano
passado, fora outras linhas de apoio do Pronaf que totalizam R$ 39
bilhões.
E o volume de crédito não aumentou apenas porque o volume da produção
cresceu – e cresceu 100%, com um aumento de área plantada de 43%, o que
revela a melhoria na produtividade.
Aumentou porque era preciso dar mais folga a produtores rurais que
passaram o governo Fernando Henrique bloqueando estradas e agências do
Banco do Brasil por atrasos e dificuldades com o crédito rural.
Não sei se a senadora está disposta a dizer aos agricultores gaúchos que ela vai apoiar a volta deste tempo.
Ou se é mais fácil ficar acenando com o “perigo” dos sem-terra para
fazer o produtor esquecer que quem ameaçava suas terras, mesmo, eram os
bancos.
Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário