Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Edição: Beto Coura
Um dia após decidir pela soltura de todos os
investigados na Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Teori Zavascki reviu hoje (20) a medida e ordenou a
manutenção de 11 presos. Entre eles está o doleiro Alberto Youssef -
suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria
movimentado R$ 10 bilhões.
Somente o ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa, suspeito de participar do mesmo esquema - e que foi
solto ontem (19), está autorizado a permanecer em liberdade. A decisão
do ministro foi comunicada à Justiça Federal no Paraná em despacho
expedido como resposta à advertência do juiz federal Sérgio Moro sobre a
possibilidade de fuga ao exterior dos presos, caso fossem soltos.
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“Em
face das razões e fatos destacados nas informações complementares,
autorizo, cautelarmente, que se mantenham os atos decisórios, inclusive
no que se refere aos decretos de prisão”, diz Zavascki.
Ontem
(19), além de determinar a soltura dos 12 presos na Operação Lava Jato,
da Polícia Federal, e que eles entregassem os passaportes em 24 horas ao
STF, Zavascki suspendeu oito ações penais abertas pelo juiz Sérgio
Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, para investigar as denúncias
apuradas na operação.
O ministro entendeu que, em função da
presença de parlamentares citados nas investigações, o juizado de
primeira instância não poderia continuar com a relatoria dos processos.
Por isso, deveria enviar todos os processos ao Supremo, para que os
ministros decidam quem será investigado pela Corte.
Na decisão,
Zavascki afirma que “o plenário da Suprema Corte, mais de uma vez,
decidiu que é de ser tido por afrontoso à competência do STF o ato da
autoridade reclamada que desmembrou o inquérito, deslocando o julgamento
do parlamentar e prosseguindo quanto aos demais”, argumentou o
ministro.
Zavascki se manifestou após o juiz Sérgio Moro enviar
ao ministro, na sexta-feira (16), parte da investigação da Operação Lava
Jato, na qual o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) é
citado. Moro remeteu as investigações ao STF por entender que cabe ao
Supremo apurar a relação entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef. O
deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) também é citado como envolvido com o
doleiro.
Agência Brasil
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