Presidentes das entidades de classe da
magistratura e de juízes do País definem a gestão de Joaquim Barbosa à
frente do Supremo Tribunal Federal como a que "cortou o diálogo" e que
apresentou "postura antidemocrática" do presidente da corte; "Ele não é
uma pessoa que vai ser bem lembrada", lamentou Nino Toldo, presidente da
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe); o dirigente da
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos
Costa, diz ter "expectativa de superar essa falta de diálogo" com a
saída de Barbosa; Paulo Luiz Schmidt, da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), diz que passagem de JB
foi período de "déficit democrático"
247 – A notícia sobre a saída do ministro
Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal em junho, anunciada por ele
nesta quinta-feira 29, provocou uma reação semelhante em todos os
representantes de entidades de classe da magistratura e de juízes
brasileiros: a de que sua passagem à frente do STF não será uma boa
lembrança.
A frase é do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil
(Ajufe), Nino Toldo. "Ele fez aquilo tudo que nós não gostaríamos",
disse ele. "Antes da posse no Supremo, eu o procurei e ele me disse que
haveria diálogo franco e aberto com a magistratura federal, o que não
houve. Ele não é uma pessoa que vai ser bem lembrada", acrescentou.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João
Ricardo dos Santos Costa, classificou Joaquim Barbosa como o responsável
por ter "cortado o diálogo com as entidades". Segundo ele, existe
agora, nesse momento de transição, uma expectativa na área da
magistratura de "superar essa falta de diálogo".
Paulo Luiz Schmidt, presidente da Associação Nacional dos Magistrados
da Justiça do Trabalho (Anamatra), se manifestou em nota, afirmando que
a passagem de Barbosa pela presidência do STF e do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que também era comandado pelo ministro, marca um período
de "défict democrático". Leia o comunicado:
"A decisão do ministro Joaquim Barbosa quanto à aposentadoria é só
dele e deve ser respeitada. A história dirá mais tarde, distanciada de
debates ideológicos, sobre seus erros e acertos, como ocorre com todos
os personagens da vida pública. Para a Anamatra, no entanto, a passagem
de Sua Excelência pelo Supremo Tribunal Federal e pelo CNJ não
contribuiu para o aprimoramento do necessário diálogo com as
instituições republicanas e com as entidades de classe, legítimas
representantes da magistratura, marcando, assim, um período de déficit
democrático".
Brasil 247
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