22 de maio de 2014 | 14:26 Autor: Fernando Brito
Embora já se tenha dado uma “arrumada” na taxa de intenção de voto,
ainda há coisas marotíssimas na pesquisa Ibope divulgada hoje.
A maior delas, alegria da oposição, seria que seus candidatos têm uma taxa de rejeição menor que a de Dilma Rousseff.
Diz José Roberto de Toledo, analista de pesquisas do Estadão:
“Não por acaso, a taxa de rejeição de Dilma também está em um terço do
eleitorado. É bem mais alta do que a de Aécio (20%) e a de Eduardo
(13%). A de Dilma ficou estável, enquanto a dos rivais caiu – ao mesmo
tempo que eles se tornaram mais conhecidos do eleitor por força de suas
propagandas na TV.”
Nada demais em Dilma ter uma taxa de rejeição significativa, até
porque ela é situação e, depois da campanha raivosa que se vem fazendo
contra ela (leiam o próximo post) é de esperar que seja mesmo alto este
índice, numa eleição que se polariza.
Mas há algo errado. E muito errado.
Em 21 de março, segundo o Ibope – e o Estadão publicou - “as taxas de rejeição de Dilma, Aécio Neves (PSDB) e Campos se equivalem:38%, 41% e 39%, pela ordem”.
Na pesquisa de abril, ao menos que eu encontrasse, este dado não foi divulgado.
Talvez porque, naquela pesquisa, o Ibope tenha mudado a forma de perguntar sobre rejeição. (aqui maio, aqui abril e aqui março, os questionários)
Mas agora aparece dizendo que Aécio tinha 25% em abril (contra 41%,30
dias antes) e passou para 20 % em maio e que Campos tinha 21% em
abril e passou a 13% em maio, também, apenas um terço do que tinha 60
dias atrás?
Como as taxas de rejeição caíram à metade e a um terço? Eles tiraram
foto com Jesus Cristo ou salvaram uma criancinha de atropelamento?
Ganharam na loteria e distribuíram o prêmio aos pobres?
Isso não existe e tanto não existe que o Datafolha apontava, menos de
duas semanas antes do Ibope, uma taxa quase igual entre Dilma e Aécio.
Novamente, o próprio Estadão publicou: “No Datafolha, Dilma tem 35% de rejeição e Aécio 33%“. Campos também tinha 33%.
Uma diferença de 33% para 20% na taxa de rejeição é tão monstruosa
que não há margem de erro ao quadrado que a justifique. E olha que no
Ibope essa taxa era, em março, de 41%.
O Ibope parece estar tomando lições com Geraldo Alckmin, deixando uma “reserva estratégica” para seus prognósticos.
E como a Justiça Eleitoral exerce seu papel de controle sobre as
pesquisas eleitorais apenas com um carinho de data para divulgação, sem
sequer obrigar a publicação dos resultados, ficamos nós aqui tentando
entender o que faz estes “milagres” acontecerem.
Tijolaço
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