Juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba
enviou ofício ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,
em que informa sobre o risco de fuga do doleiro Alberto Youssef,
principal alvo da Lava Jato, da Polícia Federal; alerta de Sergio
Fernando Moro é feito após decisão do ministro pela soltura dos 12
presos na investigação; ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa já
foi solto nesta tarde; o juiz pede que Teori esclareça o "alcance da
decisão", a fim de "evitar que os processos, a ordem pública e a
aplicação da lei penal sejam expostas a riscos por mera interpretação
eventualmente equivocada" de sua parte; Moro determinou hoje que o
processo sobre a refinaria Abreu e Lima seja enviado ao Supremo
247 – O juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara
Federal de Curitiba, enviou um ofício ao ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal, em que alerta sobre o risco de fuga do doleiro
Alberto Youssef, principal alvo da investigação Lava Jato, da Polícia
Federal. O documento foi enviado nesta segunda-feira 19, após decisão de Teori pela soltura dos 12 presos no processo. O ministro também determinou que todo o inquérito seja encaminhado à corte suprema.
O juiz federal pede ao membro do STF que esclareça o "alcance da
decisão", uma vez que "não foram nominados os acusados que devem ser
soltos e os processos que devem ser remetidos ao Supremo Tribunal
Federal". Ele explica: "a fim de evitar que os processos, a ordem
pública e a aplicação da lei penal sejam expostas a riscos por mera
interpretação eventualmente equivocada de minha parte".
Na interpretação de Teori, que aceitou acusação da defesa do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos alvos do processo, o
juiz federal extrapolou sua função ao investigar o deputado André
Vargas (sem partido/PR), que, por ser parlamentar, tem foro privilegiado
e deveria ser investigado pelo Supremo. Outro parlamentar citado na
apuração da PF é o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).
O juiz cita, como exemplo, que outros processos no âmbito da Lava
Jato não têm Paulo Roberto Costa como investigado – Costa, que estava
preso na Superintendência da PF em Curitiba, foi solto nesta tarde,
depois de Moro ter expedido o alvará de soltura. O ofício de Moro
relaciona diversos acusados da Lava Jato e informa que "um deles,
Sleiman [Nassim El Kobrossy], que não foi preso preventivamente, já está
foragido".
Sergio Moro acrescenta: "Assim, muito respeitosamente, indago à
V.Ex.ª o alcance da decisão referida, se este feito de tráfico de drogas
e lavagem também deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal e se
devem ser colocados soltos os acusados neste feito, entre eles Rene Luiz
Pereira, preso por risco à ordem pública pelo indícios de envolvimento
em organização criminosa responsável por tráfico de cerca de 750 kg de
cocaína."
Moro enviou hoje o processo referente à Refinaria Abreu e Lima para o STF. Leia abaixo reportagem da Agência Brasil:
Juiz envia ao STF processo sobre Refinaria Abreu e Lima
André Richter - O juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de
Curitiba, determinou hoje (19) que a investigação sobre os supostos
desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco, seja encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). No
processo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro
Alberto Youssef e outros acusados são investigados por lavagem de
dinheiro. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5
bilhões e alcançou gastos de R$ 20 bilhões.
A decisão de Moro foi tomada seguindo despacho do ministro Teori
Zavascki, que determinou a suspensão de oito ações penais oriundas das
investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Segundo o
ministro, a íntegra dos processos da Operação da Lava Jato deve ser
encaminhada ao Supremo para que a Corte decida sobre o desmembramento
dos processos.
Na semana passada, Moro enviou ao Supremo apenas parte do processo na
qual o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) é citado. Vargas
não é investigado na Operação Lava Jato, no entanto, a suspeita de
envolvimento entre o parlamentar e o doleiro Alberto Youssef foi
descoberta durante as investigações. Na decisão, o juiz entendeu que
somente o Supremo pode julgar o deputado. Por ser parlamentar, Vargas
tem foro privilegiado e não pode ser julgado pela Justiça de primeira
instância.
A segunda ação penal, na qual Costa é acusado de obstruir as
investigações, também será encaminhada ao ministro Teori Zavascki. No
processo, também são réus as duas filhas dele, Arianna e Shanni Costa, e
os dois genros.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os desvios na
construção da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados
feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e
2014. Segundo o MP, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões, mas custou mais
de R$ 20 bilhões. De acordo com a investigação, os desvios tiveram a
participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento, e
de Youssef, dono de empresas de fachada, segundo o órgão.
Na defesa prévia apresentada à Justiça, os advogados do ex-diretor
informaram que os pagamentos recebidos das empresas do doleiro,
identificados como repasses ou comissões, foram decorrentes de serviços
de consultoria prestados. No entanto, de acordo com o juiz, a Polícia
Federal e o Ministério Público não encontraram provas de que os serviços
foram prestados.
Brasil 247
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