Jornal GGN - Apesar da desaceleração, as
multinacionais estão ganhando cada vez mais espaço – e naturalmente,
fechando mais negócios – em terras brasileiras. Nem mesmo a volatilidade
da confiança empresarial tem tirado das companhias estrangeiras o
crédito depositado no país.
De acordo com reportagem do jornal inglês Financial Times, as metas
para o Brasil ainda são altas. A empresa alemã de softwares de gestão,
SAP, por exemplo, divulgou um crescimento de 40% em 2013 no país. Na
Ásia, mesmo sendo um dos principais fornecedores logísticos da região,
só conseguiu bater os 29%.
Para o presidente da companhia na América Latina e Caribe, Diego
Dzodan, a aposta na geografia brasileira foi o que assegurou o bom
desempenho. O crescimento se deu quando áreas de concentração foram
pré-definidas e devidamente exploradas, sem nenhuma mudança de planos.
E, ainda segundo Dzodan, o crescimento global da economia pode ser, sim,
dissociado, do desempenho de seu negócio.
A economia do Brasil estava entre as mais dinâmicos entre os
chamados Brics – grupos de países em franco desenvolvimento que também
inclui Rússia, Índia e China. No entanto, ela sofreu um revés em 2011,
com os efeitos do superaquecimento e da crise da zona do euro. O quadro
se mostrou ainda mais grave com as intervenções governamentais na
inflação, energia e controles cambiais, segundo o FT.
Embora o crescimento do país tenha sido melhor que o esperado no
último trimestre do ano passado, é provável que tenha sido “sem brilho”
no primeiro trimestre de 2014, anunciando o período mais fraco em quatro
anos de expansão econômica, desde o início da década de 1990. Mas, ao
mesmo tempo, o crescimento da classe média ao longo da última década –
especialmente nas regiões norte e nordeste do país, um pouco menos
abastadas - continua a criar oportunidades para as multinacionais,
apesar da desaceleração.
Em março, a American International Group informou que espera que a
receita de prêmios subscritos no Brasil deva subir 40% este ano. A
seguradora tem como objetivo tornar o Brasil um de seus mercados
principais em cinco, até 2017. A Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria
do mundo, também fez seu prognóstico de crescimento no Brasil para 2014
já em fevereiro.
O Brasil esforçou-se mais que outros países emergentes, Índia e
Rússia, para captar mais investimento por meio de reformas estruturais
necessárias. No entanto, o progresso disso tem se mostrado dolorosamente
lento: os investimentos internos ficaram na faixa dos US$ 64.5 bilhões
ao final de abril, pouco diferente ao longo dos últimos anos.
Jornal GGN - Blog do Luis Nassif
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