Antigas afinidades entre pré-candidato do PT ao
governo de Minas e presidenciável Aécio Neves assumem primeiro plano da
campanha eleitoral; ao contrário de outros Estados, onde luta entre
petistas e tucanos será renhida, disputa mineira não terá ataques
frontais; "Não estou preocupado em marcar diferença com ninguém", diz
ex-ministro; líder nas pesquisas, ele trabalha com a informação de que
tucanos foram surpreendidos por levantamento que apontou 50% de
desconhecimento sobre pré-candidato Pimenta da Veiga; números também
indicaram que púbico vê Pimentel, e não Pimenta, como o nome apoiado por
Aécio; PSDB quer antecipar lançamento oficial da candidatura própria
para tentar desfazer confusão; como se vê pela foto acima, não vai ser
fácil
247 – Em meio à luta cada vez mais rasgada entre
PT e PSDB no plano nacional, em Minas Gerais é diferente. Em nenhum
outro Estado o debate frontal entre petistas e tucanos deverá ser tão
suave ou, ao menos, mais cordial. Aliados desde os tempos em que
apoiaram juntos a campanha do atual prefeito Marcio Lacerda, do PSB, à
Prefeitura de Belo Horizonte, os dois principais personagens da disputa
são próximos.
O presidenciável Aécio Neves, de um lado, e o pré-candidato a
governador Fernando Pimentel, de outro, já foram vistos tantas vezes
juntos pelo eleitorado mineiro que até mesmo as pesquisas os juntam
agora. Em levantamento feito pelo PSDB do pré-candidato Pimenta da
Veiga, quase 50% dos eleitores afirmaram não conhecer o ex-ministro
tucano e, pior ainda, manifestaram ser Pimentel o candidato apoiado por
Aécio.
O próprio candidato petista foi o primeiro a reconhecer suas antigas afinidades com o ex-governador de Minas.
- Não vamos fazer críticas, entrar chutando o balde. Uma campanha de
oposição frontal eu descarto, disse ele, que já tem uma estratégia
traçada.
- Não estou preocupado em marcar diferença com ninguém. E não vamos
interromper qualquer experiência que tenha sido adotada e que tenha se
mostrado vitoriosa, benéfica para o Estado.
Como mostram as pesquisas, Pimentel não parece estar errado. O
governador Antonio Anastasia anunciou que concorrerá ao Senado. Isso
facilita para o pré-candidato do PT, que não terá, como em São Paulo, a
figura do próprio governador como adversário direto. Fazer críticas mais
genéricas, sem a chamada fulanização, costumam ser bem aceitas pelo
eleitorado mineiro.
Favorito nas pesquisas até aqui, Pimentel está empurrando, com seu
jeito matreiro, os problemas para Pimenta. O PSDB decidiu até mesmo
antecipar o lançamento da campanha dele, sob o alerta do desconhecimento
apontado nas pesquisas. Enquanto isso, como quem está preocupado com
outros assuntos, Pimentel vai abrindo diferença sem ser incomodado.
Sendo assim, por que ele deveria incomodar Aécio e sua turma?
Brasil 247
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