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Justiça suíça identificou nova conta secreta por onde passaram mais de
US$ 2,7 milhões em propinas da Alstom para garantir, em 1998, um
contrato da área de energia de São Paulo na gestão Mário Covas (PSDB).
Os dados foram divulgados ontem pelo Tribunal Penal Federal da Suíça e a
movimentação bancária completa envolvendo esses pagamentos será enviada
à Justiça brasileira, que apura o caso.
Na semana passada, a Justiça suíça já havia anunciado a identificação de
uma conta secreta de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo, abastecida com depósitos que somaram US$ 950 mil
realizados por Sabino Indelicato, suposto pagador de propinas do caso
Alstom.
Ex-chefe da Casa Civil de Covas, o conselheiro teria, segundo a
investigação, recebido dinheiro em troca de dar um sinal verde para o
contrato da Alstom com a Eletropaulo, antiga estatal de energia. A Suíça
revela que a conta do conselheiro chegou a movimentar US$ 2,5 milhões,
dos quais US$ 1,1 milhão estão bloqueados.
Marinho está sob suspeita do Ministério Público Estadual. Ontem, o
deputado Carlos Giannazi, líder do PSOL na Assembleia, pediu sua
convocação para depor. Ele aponta para a "injustificada inércia desta
Casa Legislativa na tomada de qualquer providência, diante do
poder-dever fiscalizador inerente ao Legislativo".
O esquema criado pela Alstom, segundo a Suíça, pode ter sido mais amplo.
A empresa francesa teria criado companhias de fachada com sede em
Genebra e que funcionariam para repassar propinas a agentes públicos
brasileiros.
Além de Marinho, os suíços identificaram um segundo brasileiro que
"também estaria implicado nos esquemas de corrupção". O nome do suspeito
não é revelado nos documentos do Tribunal suíço. "A conta foi creditada
entre 1998 e 2005 de um montante total de quase US$ 2,7 mi."
O dinheiro, segundo a investigação, foi depositado por uma empresas
criada pela Alstom. O o titular da conta seria uma pessoa envolvida no
esquema de pagamentos de propinas no Brasil. Os suíços constataram uma
transferência no mesmo dia, 17 de março de 1998, pela empresa da Alstom a
duas pessoas relacionadas com as investigações no Brasil. A conta
identificada recebeu US$ 146,4 mil. A empresa depositou exatamente
metade desse valor para uma pessoa citada apenas com a letra L e que
seria "secretária" de um funcionário público brasileiro. Informações do
jornal O Estado de São Paulo
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