Partido não deixará até março cargos no governo de
Sérgio Cabral mas, assim mesmo, em fevereiro, levará a palanque senador
Lindbergh Farias; caso, porém, aliança entre PMDB e PT prevaleça, como
querem os peemedebistas, candidatura própria petista será sacrificada;
presidente Dilma, vice Michel Temer e ex-presidente Lula participam
diretamente da negociação; paradoxo que envolve PMDB e PT no Rio
continua sem definição
247 - Mesmo
integrando o governo de Sérgio Cabral, cujo partido, o PMDB tem um
candidato para a disputa pela sucessão - o vice-governador Luiz Pezão -,
o PT lançará a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo
do Estado. Uma grande mobilização está prevista para ocorrer em
fevereiro, mas, por determinação do comando nacional petista, o PT só
fará a entrega dos cargos em março, quando Cabral encerrar o segundo
mandato e der lugar ao vice-governador.
O movimento do PT é, na verdade, um
teste. Sem certeza sobre se haverá ou não uma aliança com o PMDB, como
quer o partido de Cabral, os petistas vão levar o senador Lindbergh ao
palanque mas, oficialmente, os discursos podem não valer de nada. Caso o
arranjo entre os dois partidos prospere, o senador será tirado do páreo
pelo comando nacional do PT, que determinará o apoio a Pezão. A
presidente Dilma Rousseff, o vice Michel Temer e o ex-presidente Lula
estão envolvidos diretamente nesta negociação, coordenada pela direção
do PMDB fluminense.
Segundo o presidente do PT-RJ,
Washington Quaquá, o diretório regional aprovará a resolução com a
ressalva de que "a relação do partido com o governo Cabral está
politicamente esgotada". Também será formalizada a decisão de
intensificar as negociações com outros partidos para escolha dos
candidatos a vice e ao Senado na chapa de Lindbergh. "Não vamos arrumar
briga desnecessária com o diretório nacional do partido. Sabemos que o
projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff é importante. Mas
vamos mudar o tom. Para nós, a aliança com o governo Cabral está morta. O
defunto vai demorar 40 dias para ser enterrado, é mais sofrimento para a
família. Mas vamos tratar da nossa vida, formar nossas alianças,
discutir com a sociedade o programa de governo", disse Quaquá.
O PMDB ainda tenta fazer o PT desistir da candidatura de Lindbergh no Rio, oferecendo a vaga do Senado na chapa de Pezão.
Brasil 247
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