sábado, 18 de janeiro de 2014

Rubens Valente rebate afirmações de presidente do Opportunity

publicado em 17 de janeiro de 2014 às 23:20


Resposta à afirmação do banco à Justiça de que o livro foi feito para “constranger” Judiciário


Caros leitores,

Abaixo reproduzo trecho da petição protocolada na última quarta-feira na Justiça Federal de SP por Dório Ferman, presidente do banco Opportunity, para exigir da 6ª Vara Federal que investigue o que ele chamou de “práticas criminosas” relacionadas ao livro “Operação Banqueiro”.

Ele sugere, por meio de seus advogados, que o livro que escrevi faz parte de um plano maquiavélico dos “opositores” do banco para supostamente “constranger os membros do Poder Judiciário em suas decisões”. A intenção seria “proteger” alguns personagens da história, citando casos que tramitem no STF sobre a conduta do delegado Protógenes Queiroz.

Segundo Ferman, há vazamentos “em momentos próximos a julgamentos relevantes”. Mais adiante, a peça afirma que “seus opositores” atuam “sob o pretenso manto do jornalismo”.

Essas palavras vazias, que não vêm acompanhada da mais tênue prova, pretendem criminalizar o autor e a Geração Editorial como parte de um plano ligado a “opositores” do banco.

Em posts anteriores, já abordei uma estratégia comum do banco em suas infinitas disputas judiciais, que é a de levantar uma teoria conspiratória que provoca confusas interpretações no Judiciário e na opinião pública.

A alegação do banco mais uma vez não resiste a uma simples confrontação com os fatos. Desconheço qualquer “julgamento relevante” que esteja “próximo” de ocorrer.

Mas quando houve de fato um julgamento relevante sobre a Operação Satiagraha em 2011, quando o STJ julgou a legalidade da operação, não houve livro algum no mercado.

Parece-me que, ao acusar um jornalista e uma editora de querer influir nas decisões do Judiciário, o banco pretende medir as pessoas e empresas pela sua própria régua.

O Opportunity tem pleno conhecimento de que trabalho nesse livro desde, pelo menos, o início do ano de 2010, entre janeiro e fevereiro, época em que solicitei formalmente uma entrevista com Daniel Dantas para o livro, jamais concedida, e troquei inúmeras mensagens eletrônicas com sua assessoria, além de dois encontros pessoais.

Naquela época, não havia processo algum tramitando no Supremo contra o delegado Protógenes Queiroz, pois ele sequer tinha sido eleito deputado federal e, portanto, não detinha foro privilegiado.

Na mesma petição, o banco diz em nota de rodapé que fiz uma “descrição heroica” do delegado em meu livro.

Respeito a leitura que o banco faz, mas quem leu o livro com atenção pode constatar que há várias críticas à atuação do delegado.

Também há a reprodução de várias críticas que seus superiores na Polícia Federal faziam ao delegado. Em entrevista à revista “CartaCapital”, eu declarei que o delegado “mais acertou do que errou”, mas o livro não esconde essas falhas.

A discussão sobre o conteúdo do livro é inteiramente aceitável e obviamente respeito as interpretações que divirjam da minha. Claro que ninguém é imune a erros e desde já peço desculpas por eventuais deslizes, passíveis de ocorrer numa obra de mais de 400 páginas e inúmeros personagens. O que não posso admitir, e sobre isso reagirei sempre e sempre, é a tentativa de desqualificar um jornalista e um livro com falsas alegações, ainda mais quando apresentadas ao Poder Judiciário.

Obrigado – Rubens Valente



Viomundo

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