quinta-feira, 24 de abril de 2014
O jornalão "O Globo" impresso de madrugada e que foi para as bancas
estampou a manchete falsa: "Escândalo de Pasadena: Auditoria descobre
saque de US$ 10 milhões sem registro".
É falsa porque registro é posterior ao próprio saque, e a reportagem descreve outra coisa.
Saque sem registro é sinônimo de desfalque ou de caixa dois ou algo parecido. Uma acusação gravíssima, que o próprio texto da reportagem desmente.
Horas depois, o jornalão deve ter sentido que pesou a mão ao fazer campanha política demotucana e já suavizou o título no site na internet para evitar processos. A Manchete passou a ser "Auditoria mostra que US$ 10 milhões saíram de conta de Pasadena com autorização verbal".
Autorização verbal de um saque nada tem a ver com "sem registro". Com certeza há registros contábeis e financeiros nos próprios extratos.
Até você pode autorizar verbalmente um resgate no seu banco da poupança para a conta corrente por telefone, e ele estará registrado em seu extrato.
Aí vamos ao texto da reportagem e encontramos essa pérola:
5-fev-2010: O financeiro da refinaria manda resgatar uma aplicação do dinheiro da empresa aplicado em uma Corretora de Valores (instituição financeira regulamentada). A ordem foi verbal. Não tenho acesso aos documentos, mas aposto que o tal saque foi uma transferência de fundos da Corretora para uma conta bancária (ou semelhante) da Refinaria. Pois não tem como sumir com US$ 10 milhões nos Estados Unidos sem receber uma visita da Receita Federal e do FBI de lá.
2011: A tal corretora MF Global foi à falência. Ou seja, se a Refinaria não tivesse resgatado a aplicação, aí sim os US$ 10 milhões teriam ido para o vinagre e seria motivo para abrir uma investigação seríssima. Quem mandou resgatar, pelo menos pelo que descreve a reportagem, fez a coisa certa.
O que a auditoria diz, segundo a reportagem, é apenas que
O Globo está apenas criando factóides sem importância nenhuma e dando assunto para a oposição seguir na estratégia eleitoral de "sangramento" da presidenta Dilma.
Na verdade, para o leitor que não é tolo, a leitura da reportagem é a seguinte: o Globo teve acesso a uma auditoria de 29 de março de 2011, procurou, procurou e não encontrou nada que mereça atenção.
É falsa porque registro é posterior ao próprio saque, e a reportagem descreve outra coisa.
Saque sem registro é sinônimo de desfalque ou de caixa dois ou algo parecido. Uma acusação gravíssima, que o próprio texto da reportagem desmente.
Horas depois, o jornalão deve ter sentido que pesou a mão ao fazer campanha política demotucana e já suavizou o título no site na internet para evitar processos. A Manchete passou a ser "Auditoria mostra que US$ 10 milhões saíram de conta de Pasadena com autorização verbal".
Autorização verbal de um saque nada tem a ver com "sem registro". Com certeza há registros contábeis e financeiros nos próprios extratos.
Até você pode autorizar verbalmente um resgate no seu banco da poupança para a conta corrente por telefone, e ele estará registrado em seu extrato.
Aí vamos ao texto da reportagem e encontramos essa pérola:
O pente-fino da Gerência de Auditoria de Abastecimento da Petrobras revelou a existência de um saque de US$ 10 milhões em 5 de fevereiro de 2010, sem documento que o autorizasse.Vamos desenhar:
(...)
O relatório de auditoria sobre o estoque de óleo é o R-1111/2010, elaborado pela Gerência de Auditoria de Abastecimento, com data de 29 de março de 2011. O episódio do saque está descrito no item 3: “Falta de autorização documental para saque em corretora”. Os US$ 10 milhões foram retirados da conta da refinaria numa corretora, a MF Global, que entrou com pedido de falência em 2011.
5-fev-2010: O financeiro da refinaria manda resgatar uma aplicação do dinheiro da empresa aplicado em uma Corretora de Valores (instituição financeira regulamentada). A ordem foi verbal. Não tenho acesso aos documentos, mas aposto que o tal saque foi uma transferência de fundos da Corretora para uma conta bancária (ou semelhante) da Refinaria. Pois não tem como sumir com US$ 10 milhões nos Estados Unidos sem receber uma visita da Receita Federal e do FBI de lá.
2011: A tal corretora MF Global foi à falência. Ou seja, se a Refinaria não tivesse resgatado a aplicação, aí sim os US$ 10 milhões teriam ido para o vinagre e seria motivo para abrir uma investigação seríssima. Quem mandou resgatar, pelo menos pelo que descreve a reportagem, fez a coisa certa.
O que a auditoria diz, segundo a reportagem, é apenas que
“A falta de documentação prejudica o controle e acompanhamento de transações (...) A autorização verbal, conforme informação da unidade, não encontra amparo em norma interna nem nas boas práticas de controle interno”.Segundo a própria reportagem, não há qualquer menção a desvio de dinheiro, nem desfalque, nem nada parecido. Só reclama da falta de documentar por escrito as autorizações de resgate de aplicações em corretoras. Em nenhum momento fala que tais saques não aparecem nos extratos. E, com certeza, estão nos registros contábeis, senão a auditoria teria que apontar isso. Aliás se o "saque" não estivesse nos registros contábeis e financeiros, a auditoria nem saberia que houve o saque. Primeiro daria falta do dinheiro no saldo da empresa.
.
Os auditores recomendam, então, que a gestão da refinaria de Pasadena passe a formalizar e arquivar a documentação referente aos saques feitos em contas mantidas em corretoras. Conforme a resposta da PRSI, incluída no relatório, ficou acordado com a área financeira que não haveria mais “nenhuma autorização de pagamento ou movimentação financeira de forma verbal”.
O Globo está apenas criando factóides sem importância nenhuma e dando assunto para a oposição seguir na estratégia eleitoral de "sangramento" da presidenta Dilma.
Na verdade, para o leitor que não é tolo, a leitura da reportagem é a seguinte: o Globo teve acesso a uma auditoria de 29 de março de 2011, procurou, procurou e não encontrou nada que mereça atenção.
O tratamento que a imprensa vem dando a Petrobras já ultrapassou os
limites políticos. A Petrobras é uma empresa estatal mista, que também
tem ações negociadas no mercado, tem uma marca de 60 anos a zelar, e uma
gestão técnica tem obrigação de acionar o Departamento Jurídico para
exigir direito de resposta exemplar diante de difamações e molecagens.
Conforme o caso, cabe também processo de indenização.
Vê se esses jornalões e TV's fazem molecagem com marcas famosas de refrigerantes, de cerveja, de carros, de bancos privados quando há alguma notícia negativa sobre estas empresas. Tomam o maior cuidado, isso quando falam alguma coisa. É porque sabem que falar sem provar provoca indenizações milionárias por danos e outras sanções civis e criminais. Pois a Petrobras tem agir como estas outras empresas.
Vê se esses jornalões e TV's fazem molecagem com marcas famosas de refrigerantes, de cerveja, de carros, de bancos privados quando há alguma notícia negativa sobre estas empresas. Tomam o maior cuidado, isso quando falam alguma coisa. É porque sabem que falar sem provar provoca indenizações milionárias por danos e outras sanções civis e criminais. Pois a Petrobras tem agir como estas outras empresas.
Outras molecagens jornalísticas do jornalão:
No subtítulo, a denúncia do doleiro Youssef e mais seis não teve ligação com a Petrobras e muito menos com Pasadena para estar ali como subtítulo. O mesmo ocorre com o deputado André Vargas. Nem nos grampos divulgados tem qualquer menção à qualquer coisa envolvendo a Petrobras, pelo menos até agora.
Leia também este artigo da Helena:
- Petrobras tem chance histórica de aplicar corretivo no mau jornalismo
Rede Brasil Atual - Blog da Helena
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