seg, 28/04/2014 - 17:07
Jornal GGN -
Fernando Collor de Mello (PTB-AL) discursou no Plenário do Senado, hoje
(27), comemorando a absolvição pelo Supremo Tribunal Federal de todas
as acusações contra ele imputadas. A decisão da Suprema Corte, para ele,
não só alivia as angústias que sofria há 23 anos, como também permite
reescrever a história do país.
Afastado da Presidência da República em 1992, Collor disse ter vivido
“em toda a sua extensão a tortura, a angústia e o sofrimento de quem é
agredido meses a fio". Agora, com a decisão unânime na última
quinta-feira (24), afirma: “estou absolvido de todas, absolutamente
todas as acusações; estou inocentado de todas as delações”.
Para o senador, enquanto comandava a presidência, foi um dos períodos
mais importantes da história da República, quando ele “consolidou o
processo de redemocratização política por meio da primeira eleição
direta para presidente da República, após 25 anos de governo sob um
estado de exceção", além de ter implantado medidas macroeconômicos e
estruturantes da administração, como a abertura comercial e quebra de
monopólios.
Sem essas iniciativas, disse Collor, seria impossível alcançar a estabilização pelo país.
“Todavia, depois, de mais de duas décadas de expectativas e
inquietações pelas injustiças a mim cometidas, cabe agora perguntar:
quem poderá me devolver tudo aquilo que perdi, a começar pelo meu
mandato presidencial?”, questionou.
Fernando Collor também atacou Joaquim Barbosa. O presidente do STF,
ao final do julgamento na semana passada, disse que a Justiça brasileira
sofria de morosidade, pelo processo passar 23 anos tramitando em
diferentes instâncias, com “tropeços” e “mil dificuldades”.
"Se no Brasil a Justiça como um todo padece de letargia, como ele
próprio reconheceu ao final de meu julgamento, o presidente da mais alta
corte judicial parece de liturgia. O senhor presidente da Suprema Corte
do país tem uma carência de liturgia para o exercício do seu cargo",
atacou Collor.
Para Collor, a absolvição permitirá o resgate da justiça e da sua
imagem, além de promover “reflexão da sociedade em geral sobre a verdade
dos fatos e, em particular, de uma geração de jovens, que tão somente
ouviram inverdades ou estudaram em livros tendenciosos por versões
falseadas".
Collor foi absolvido de todas as acusações pendentes no Ministério
Público de participação em esquema de desvio de recursos, além de outros
dois crimes que já prescreveram.
Ao afirmar que "teve de suportar as agruras de acusações infundadas e
a condenação antes mesmo de qualquer julgamento", Collor finalizou: "a
verdade avança e nada a deterá", ao referenciar o dramaturgo alemão
Bertold Brecht.
Blog do Luis Nassif
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