15 de abril de 2014 | 09:09 Autor: Fernando Brito
A imagem que ilustra este post foi postada ontem no Facebook de uma amiga, que a tirou de outro, de uma equipe de promotores de bailes de reggae.
Quer mais improvável do que reggae e um velho revolucionário que cultiva jardins partilharem ideias?
Mas partilham, porque somos todos humanos e essa é nossa grande partilha.
Não tenho nenhum constrangimento em aplaudir a atitude de André
Vargas ao entender que sua defesa pessoal se enfraqueceu por seus
próprios atos e renunciar ao mandato.
Disse isso, outro dia, ao lembrar o valor da palavra austeridade, diante deste caso.
Aos 55 anos, tenho os problemas, dores e alegrias de qualquer pessoa.
Muitos podem me considerar um imbecil, porque tive todas as
“oportunidades” de estar, como diz a gíria, “com o boi na sombra” e
ainda luto todos os dias pelo pão do dia seguinte.
Quisesse fazer negócios, já os teria feito.
Porque a vida política, para quem a faz de olhos no povo, é um
calvário e a austeridade é a nossa única força, nossa única blindagem.
É ela quem nos permite desmascarar os hipócritas.
Não tem a menor importância que o seu pecado comprovado, o de viajar no jatinho do doleiro Alberto Yousseff, tenha sido cometido também pela impoluta vestal do Senado, Álvaro Dias.
Álvaro Dias é um “político” do lado de lá, onde os critérios de julgamento são outros.
Em volta de nós, na política, temos de aprender a conviver com diferenças, frequentemente com erros e, às vezes, com vícios.
Mas isso jamais pode penetrar em nossa vida pessoal.
Porque isso é deixar penetrar dentro de nós o adversário, aceitar sua
lógica e passar, por vezes inconscientemente, a ser aquilo que, em
tese, dizemos combater.
É uma regrinha simples, mas muito difícil de cumprir.
O que isso te dá de “prêmio”?
Nada, só o de viver de cabeça erguida. E de poder fazer política com
sinceridade, sem medo de dizer o que se pensa e lutar por aquilo em que
se crê.
E como isso é bom!
Tijolaço
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