segunda-feira, 21 de abril de 2014

Nó de Pimenta na PF mexe com Aécio e Dilma em Minas

Edição 247/Fotos: Divulgação/Roberto Stuckert Filho/ PR/fotospublicas.com:
Indiciado em inquérito pela Polícia Federal, ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) luta para se manter candidato a governador de Minas Gerais; há 18 partidos em sua coligação, costurada pelo presidenciável Aécio Neves; troca de Pimenta, desgastado por suposto recebimento de R$ 300 mil de publicitário Marcos Valério, significaria desmonte do arranjo; receio dos tucanos é que PSB de Eduardo Campos seja o primeiro a pular fora; ex-ministra Marina Silva alertou que não queria aliança; problemas ajudam ex-ministro Fernando Pimentel, do PT; presidente Dilma Rousseff tem privilegiado Minas e sai ganhando com chacoalhada no berço tucano; Aécio planeja ter vantagem de 4 milhões de votos sobre ela no Estado; meta é factível com Pimenta fragilizado?
20 de Abril de 2014 às 16:01


247 – Está em todos os planos de voo da candidatura Aécio Neves à Presidência da República a meta de extrair, na sua Minas Gerais natal, uma diferença de 4 milhões de votos sobre a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. A vantagem será a condição necessária, segundo os estrategistas de Aécio, para equilibrar as perdas que ele poderá sofrer no Nordeste. A disputa, então, seria resolvida no Rio e em São Paulo, os dois estados mais populosos, nos quais o tucano poderia, no mínimo, rachar o eleitorado com Dilma.


O que não fazia parte das projeções do PSDB era que o candidato escolhido para sustentar o nome de Aécio na condição de candidato a governador tivesse um problema – e considerado grave o suficiente para a cogitação até mesmo de uma troca de nome.


O ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique, Pimenta da Veiga, foi citado em inqúerito da Polícia Federal como tendo recebido R$ 300 mil do publicitário Marcos Valério. O processo irá correr em paralelo à campanha eleitoral. O que os tucanos temem, naturalmente, é o sangramento da candidatura de Pimenta, que passaria a ser alvo fácil de ataques do PT.


O problema, para os tucanos, é que uma pura e simples troca de nome faça ruir uma composição, costurada pessoalmente pelo presidenciável Aécio Neves, de nada menos que 18 partidos em torno do nome de Pimenta. Neste sentido, para aplacar os rumores cada vez mais fortes da substituição do ex-ministro pelo presidente regional do PSDB mineiro, Marcus Pestana, Aécio declarou: "será o governador", referindo-se a Pimenta.


Ficando ou saindo, o certo é que Pimenta da Veiga está, indiretamente, ajudando no deslanche da candidatura do também ex-ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento no governo Dilma. O desgaste de um, afinal, corresponde ao fortalecimento do outro, numa eleição polarizada entre ambos.


A surpresa negativa para os tucanos em Minas faz a alegria política da Páscoa da presidente Dilma. Ela aumentou sobremaneira a frequência de suas viagens ao Estado, exatamente porque sabe que é ali que o adversário Aécio pretende batê-la por goleado. Os problemas de Pimenta, que correpondem a tropeços para Aécio, são saltos para ela.

Marina Alertou

A hipótese de uma eventual saída do PSB da coligação idealizada por Aécio Neves ganha força quando se relembra que a candidata a vice na chapa socialista, a ex-senadora Marina Silva, já havia se manifestado de forma contrária a uma aliança com os tucanos não apenas em Minas, mas em outros colégios eleitorais importantes, como São Paulo, por exemplo.


Um outro ponto importante é que uma eventual saída de Pimenta da veiga em prol de um outro indicado pode jogar por terra um acordo tácito cuidadosamente costurado entre Campos e Aécio. Os dois pré-candidatos teriam acertado que nenhum criaria problemas ao outro em suas respectivas bases eleitorais. 


A eleição presidencial será decisivamente influenciada pela maneira como os tucanos escolherem resolver a crise instalada na campanha tucana de Minas.
Abaixo, notícia do Minas247 sobre os movimentos de Pimenta da Veiga para manter seu nome na disputa pelo governo:


Minas247 - O pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, tem encontrado dificuldades para manter sua candidatura, desde que foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Nos últimos dias, ele se reuniu com representantes de 18 partidos para reafirmar que continua candidato e anunciar que vai viajar pelo estado. Até o final de maio, estão previstas visitas a 25 cidades. Internamente, o PSDB continua discutindo a possibilidade de troca de candidato, dependendo dos desdobramentos do caso.


Uma ala do partido avalia que, ao ser indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro, Pimenta automaticamente ficou em posição de desvantagem na corrida e o melhor é mesmo abandonar o barco. Mas outra ala pondera que uma desistência poderia implodir a aliança formada para a corrida estadual, jogando por terra as chances de o PSDB eleger seu candidato.
A primeira corrente já fala na possibilidade de resgatar a pré-candidatura do deputado Marcus Pestana, por exemplo. Mas o partido automaticamente correria o risco de perder aliados como o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Por enquanto, o comando partidário pediu que a situação seja apenas "monitorada".



Brasil 247

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